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Em crise, comércio de Guajará-Mirim inicia demissões


Distribuidoras de alimentos começaram a demitir funcionários

O movimento no comércio de Guajará-Mirim paralisou após entrar em vigor as novas regras para o transporte de produtos através de balsa (Foto: Jota Gomes)

O município de Guajará-Mirim, na fronteira do Brasil com a Bolívia, já começa a sentir os primeiros impactos no comércio por conta das novas regras no transporte de produtos entre os dois países.  Grandes distribuidoras de alimentos que atuam no transporte de feijão, arroz, açúcar, óleo, perfumaria e material de limpeza para a Bolívia começam a demitir esta semana e já acumulam grandes prejuízos por conta das mudanças. Pequenos comerciantes também estão sofrendo com as mudanças. Eles anunciaram que também pretender reduzir o número de funcionários, mas não há dinheiro em caixa para pagar as rescisões do contrato de trabalho.

A primeira empresa a sentir o reflexo da crise instalada na fronteira foi a distribuidora Coimbra. Somente na semana passada, 48 funcionários perderam o emprego e existe previsão de mais demissões. “As exportações estão paralisadas desde o dia 14 de maio”, disse Anderson Bentes, gerente da empresa Coimbra.

SEM LUCRO

A distribuidora Mercantil Nova Era, que se instalou no município em 2002, não atingiu as metas de vendas no mês passado por conta do fechamento da fronteira. “Se não vende, não há lucro”, disse o gerente Dionísio Dombros, destacando que a empresa pretende também reduzir o quadro de funcionário, o que deve gerar a demissão de mais de 20 pessoas nos próximos dias.

Infelizmente são pais de família que ficarão desempregados por conta dessa política

A medida também impacta trabalhadores que atuam de forma terceirizada no comércio de Guajará-Mirim. Com a queda nas vendas, o serviço de transporte também foi afetado e despencou pela metade. Pequenas empresas estão seguindo no mesmo caminho do comércio varejista, mas enfrentam um outro grande problema: não tem dinheiro em caixa para demitir trabalhadores. “Não há como fazer essa programação porque o comércio estagnou. O pagamento dessas indenizações requer dinheiro em caixa. Se o comércio está paralisado, como vamos arcar com as demissões”, disse uma empresária que atua no ramo de transporte de madeira.

COMÉRCIO BOLIVIANO DESESPERADO PARA NOVA REGRA

Empresários consultados pelo Diário disseram que o comércio da Bolívia não está preparado para se adequar às novas regras estabelecidas pela Receita Federal. Empresários que atuavam no ramo de móveis alegam que a fiscalização na Bolívia é lenta e não há efetivo de fiscais para receber a demanda de produtos que saem de Guajará para o outro país.

Diário apurou que caminhões chegavam a ficar paralisados em território boliviano por até 15 dias para checagem do documento do produto. Por conta dessa lentidão, muitos empresários abriram mão dessa atividade alegando prejuízos pelo tempo de permanência dos veículos parados na fronteira.

 Hoje Guajará-Mirim sobrevive do comércio da venda de produtos ao comércio boliviano. “Depois que a fronteira fechou, Guajará-Mirim se transformou em uma cidade fantasma”, disse o empresário Raimundo de Oliveira, que atua no ramo de alimentação.
Todo o setor é impactado com essa crise. É um efeito cascata”, justifica.
A reportagem do site apurou ainda que muitos comerciantes estão com produtos empilhados no depósito e não conseguem vender. A empresária Dina Oliveira, proprietária de uma loja de material de construção disse que 80% das vendas tem como destino a clientela boliviana que vem comprar produtos no Brasil.
Fonte: Diariodaamazônia / A Pérola do Mamoré.

Edmilson Braga - DRT 1164

Edmilson Braga Barroso, Militar do EB R/1, formado em Administração de Empresas pela Universidade Federal de Rondônia e Pós-graduado em Gestão Pública pela Universidade Aberta do Brasil.
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