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Prazo de conclusão não é cumprido e hospital de mais de R$ 14 milhões segue com obra atrasada há quatro anos em Guajará-Mirim


 Novo Hospital Regional de Guajará-Mirim deveria ter sido concluído em 2014, mas isso jamais aconteceu. Sesau diz que obra será finalizada no próximo mês de agosto.

Obra deveria ter sido entregue em abril deste ano, mas isso não aconteceu (Foto: Júnior Freitas / G1 RO )

 

O novo Hospital Regional de Guajará-Mirim (RO), que custou mais de R$ 14 milhões aos cofres públicos e está com a conclusão da obra atrasada há quatro anos, deveria ter sido entregue pronto para atender a população em abril deste ano, conforme anunciou a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) em dezembro de 2017, porém mais uma vez o prazo previsto não foi cumprido.

O novo prazo de entrega é o próximo mês de agosto, mas sem data anunciada. Atualmente o portão de acesso à unidade está trancado e a estrutura está deteriorada, como pintura desbotada, bastante mato em volta da construção e ferrugem nas estruturas de ferro.

O prédio começou a ser construído em maio de 2013 e tinha a previsão inicial de ser concluído até o início de 2014, desde então a obra ganhou aditivos e recebeu vários novos prazos de conclusão, mas nenhum deles aconteceu de fato.

Hospital tem obras inacabadas em Guajará-Mirim (Foto: Júnior Freitas/G1)

Depois de pronto, o hospital seria utilizado para fazer o atendimento de pacientes de Guajará-Mirim e Região, além de indígenas e também de bolivianos que cruzam a fronteira para buscar atendimento no Brasil, assim como já é feito no Hospital Regional Perpétuo Socorro desde sempre.

Em 2015, o secretário estadual de saúde, Williames Pimentel, alegou em entrevista ao G1 que a obra havia atrasado porque o município passou por uma grave problema em 2014: a enchente histórica que deixou a região isolada por vários dias e atingiu mais de 500 famílias.

“Estamos em uma grande discussão com a bancada federal, junto ao Ministério da Saúde, para que os compromissos firmados na liberação dos recursos para a compra dos equipamentos sejam viabilizados”, declarou Pimentel na época.

Em uma nova entrevista a reportagem do site em dezembro do ano passado, o secretário voltou a falar sobre o assunto e cravou um novo prazo de entrega: abril deste ano, mas o plano não saiu do papel.

“Em abril, a previsão é abril de 2018. Ainda faltam alguns detalhes, mas estamos trabalhando para entregar a obra”, disse.

Portão de acesso ao hospital está trancado e não há funcionários trabalhando na obra (Foto: Júnior Freitas / G1 RO )

Sesau

Sobre a obra, a assessoria de comunicações da Sesau declarou na época que um aditivo no orçamento inicial foi feito a pedido da própria construtora, que já havia sido pago. Em 2017, o órgão afirmou que repassou mais de R$ 1,4 milhão à empresa.

A Sesau declarou ainda que a construtora requereu um pedido de recomposição de taxa administrativa durante uma reunião com o Departamento de Estradas de Rodagens, Infraestrutura e Serviços Públicos de Rondônia (DER-RO), e que o pedido seria enviado para a Procuradoria Geral do Estado para análise.

Em relação aos repasses, a Sesau afirmou veementemente que não há faturas em aberto, e que a construtora emite as notas para pagamento e a secretaria envia para o banco dentro do prazo, efetuando o repasse final.

Construtora desmente pagamentos recebidos e prazo de entrega

Na ocasião, o G1 também procurou a construtora responsável pela obra para saber os motivos do atraso. A empresa declarou que a obra estava 85% concluída, mas que havia parado por falta de pagamento e que apenas cinco funcionários estavam sendo mantidos para fazer a manutenção do prédio.

A Construtora alegou ainda que durante os anos de atraso bancou todo o processo de manutenção do prédio sem receber nenhuma verba, gastando aproximadamente R$ 35 mil por mês com recursos próprios, e que agora a dívida não foi reconhecida pela Sesau.

A empresa desmentiu o prazo dado pela Sesau, de que o hospital seria finalizado até abril de 2018, declarando que mesmo que o repasse de todo o dinheiro que faltava fosse feito, a conclusão até a data anunciada era impossível de acontecer.

Construção está cercada por mato no Bairro Santa Luzia (Foto: Júnior Freitas / G1 RO )

Novo posicionamento da Sesau

Nesta terça-feira (10), o G1 entrou em contato com a Sesau e pediu um novo posicionamento sobre a obra. Segundo o setor de fiscalização de obras do órgão, a nova previsão de entregue é agosto deste ano. Os atrasos registrados na execução ocorreram porque o Ministério da Saúde não repassou a verba para que a Caixa Econômica Federal liberasse os valores destinados à conclusão.

O atraso no repasse da verba causou um desinteresse da construtora responsável pela obra. Em média, cada valor estava demorando cerca de três meses para ser repassado.

Ainda segundo o setor de fiscalização de obras, atualmente há dois aditivos, sendo um de R$ 1 milhão (no início da obra) e outro de R$ 800 mil (que não foi totalmente pago ainda).

Fonte: G1/RO/ A Pérola do Mamoré


Edmilson Braga - DRT 1164

Edmilson Braga Barroso, Militar do EB R/1, formado em Administração de Empresas pela Universidade Federal de Rondônia e Pós-graduado em Gestão Pública pela Universidade Aberta do Brasil.
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