Funcionários do Hospital Regional de Guajará-Mirim “pedem socorro” à Câmara Municipal
Os vereadores da Câmara Municipal de Guajará-Mirim, Sérgio Bouez (PSB), Raimundo Barroso (PMN) Isaac Carreirinha (DEM), Roberto do Mercado (PMN), João Vanderlei (PSDC) e Adanildson Sicsu (PC do B) receberam na manhã de quarta-feira (18), enfermeiros, técnicos em enfermagem, recepcionistas, motoristas, vigilantes e agentes públicos ligados à classe sindical da Saúde Municipal, que buscaram a instituição no intuito de conseguir ajuda por parte dos membros da Casa de Leis para uma questão que está gerando um clima de dúvidas e apreensões. Segundo os líderes do segmento, existem rumores de que planilhas de estudos do Poder Executivo projetam privatizar o setor da Clínica Médica do Hospital Regional, deixando estes empregados em situação instável em relação às suas fontes de sustento.
A reunião, que ocorreu na sala presidencial, iniciou-se às 10 horas e estendeu-se até ao meio dia e meia, acabou também servindo de estopim para que outros problemas viessem à tona. Foi o momento propício para que alguns funcionários pudessem apontar coisas que há tempos os inquietam, tais como a falta de condições de trabalho, a falta de remédios e equipagem, as notícias de redução em seus salários, a redução de pessoal, a questão das diárias não pagas ou pagas pela metade, ameaças e até problemas de assédio moral.
O ambiente era de revolta geral. Ao utilizar-se da palavra, um servidor atacou o secretário de Saúde Municipal, dizendo que o mesmo está mentindo para a população quando afirma nas rádios da cidade que a Saúde de Guajará-Mirim é de primeiro mundo. “A coisa não é bem assim. Já está passando da hora de se tomar as medidas cabíveis. Estão querendo jogar a culpa no servidor pela incompetência, falta de preparo e inoperância de quem está no comando da situação. E o servidor não pode ser culpado pelo descaso dos maus gestores para com o problema da Saúde”, desabafou.
O motorista Everaldo Rodrigues criticou a tendência de alguns vereadores quererem fazer a defesa do prefeito em prejuízo do servidor municipal. Disse que o prefeito Cícero Noronha reclama do inchaço na folha de pagamento e quer reduzir os salários do servidor ao mesmo tempo em que inflama o número de cargos em comissão com salários elevados e viaja pelo Brasil afora sem trazer nada de retorno para Guajará-Mirim. “O Prefeito não respeita ninguém. Nem mesmo a Câmara que o convoca para se explicar sobre seus desmandos e não aparece nem para dar desculpas. Atrasa o salário dos empregados da Saúde. Não conversa conosco e não está nem aí para a situação dos funcionários da prefeitura. É uma situação absurda”, reclamou. Na ocasião, Everaldo apelou para que o presidente da Câmara e os demais vereadores apoiassem a causa dos funcionários da Saúde que estão pedindo socorro.
Nesta reunião houve momentos em que a celeuma tomou conta dos ânimos já acirrados. Alguns mais exaltados chegaram a pedir a cabeça do prefeito e do secretário de Saúde. “É preciso afastar este prefeito e o secretário. Não há mais limites para esta situação”, implorou em alto e bom som um dos partícipes. Afora isso, também ocorreram reclames de todo tipo. O pessoal da recepção reportou que tem que suportar um plantão de 12 horas sem conforto algum, sentado numa cadeira quebrada, sem poder ir ao banheiro, sem direito a café da manhã ou merenda. A equipe de enfermagem alertou que se hoje chegar algum paciente vítima de enfarto no hospital, este paciente não irá sobreviver, uma vez que o complexo não oferece as mínimas condições de atendê-lo. Disseram que também não há estrutura para operar pacientes vítimas de acidentes de qualquer espécie.
Chamado às pressas, o secretário de Saúde Davino Serrath, apareceu na reunião quando melhor seria não ter nem dado as caras. Ao procurar acalmar os ânimos, acabou falando muito e não dizendo nada. Quando indagado sobre o possível convênio a se celebrar entre prefeitura e empresa autônoma com o objetivo de privatizar a Saúde, Serrath saiu pela tangente e afirmou que tudo não passava de boatos infundados. Mas quando alguns presentes lhe pediram que fizesse a emissão de uma nota oficial dando parecer a respeito de tais boatos infundados, recusou de forma veemente com gestos manuais negativos.
Em relação à proposta de privatização setorial da Saúde, o presidente do Parlamento Municipal, disse achar inviável tal projeto, apesar de considerar que hoje alguns setores da Saúde se encontram sob diretriz de outras esferas -serviço de ultra-sons, coleta de lixo, o Pró-Saúde e outros – ressaltou estar do lado dos funcionários, garantiu a todos que irá conversar com a direção do Hospital Regional sobre algumas questões levadas à este fórum popular nesta manhã, que vai procurar contornar problemas e efetuar cobranças mais efetivas do Conselho Municipal de Saúde em relação à defesa da classe funcional da Saúde.
Autor: Fábio Marques assessoria de comunicação da Câmara Municipal
Fonte: A Pérola do Mamoré.