Rio Mamoré chega a 11,78 metros e 50 famílias são atingidas em Guajará, RO
Defesa Civil faz cadastro de moradores que moram nas áreas de risco. Este é o maio nível registrado neste ano, diz órgão.
nível do Rio Mamoré chegou a 11,78 metros nesta terça-feira (17), o mais alto do ano em Guajará-Mirim (RO), cidade localizada na fronteira com a Bolívia, a cerca de 330 quilômetros de Porto Velho.
A Defesa Civil do município monitora a situação e já fez o cadastramento de 50 famílias que moram nas áreas de risco, nos bairros Triângulo e Cristo Rei.
A água do Mamoré já invadiu várias ruas e aos poucos vai tomando espaço nos terrenos situados próximos da margem. Os moradores estão assustados e alguns estão saindo temporariamente das residências para ficar na casa de parentes em outros bairros, até que o nível diminua.
Segundo a Defesa, sete famílias já foram desalojadas como medida de segurança. As famílias cadastradas poderão morar temporariamente em abrigos, caso seja necessário. A régua fluviométrica é monitorada diariamente, sendo registrado um aumento de cerca de dois centímetros por dia no nível da água.
O atual coordenador do órgão na cidade, Marcelo Alves, explicou que mesmo com o eminente risco de uma nova cheia, muitos moradores decidem ficar no imóvel e isso acaba dificultando o trabalho dos servidores.
“Tem morador que não quer sair de jeito nenhum. Demos madeira para alguns, eles fizeram suportes para colocar os móveis e evitar que estraguem por causa da água. Nosso planejamento inclui a instalação de um abrigo temporário para alojar essas pessoas, pois já registramos 50 famílias atingidas diretamente”, falou Alves.
Questionado se existe a possibilidade de haver uma enchente como a de 2014 (quando houve a maior cheia dos últimos 30 anos na região), Marcelo enfatizou que o nível atual está muito abaixo do que o registrado naquela ocasião e descartou que aconteça outro fenômeno com a mesma proporção.
“Já ultrapassou a cota de segurança (11 metros) há vários dias. Todo dia aumenta mais um pouco e já está próximo dos 12 metros. Apesar do visível aumento e alagação nos bairros, ainda está muito longe de alcançar a proporção de quatro anos atrás”, finalizou.
Um dos moradores que teme perder a casa durante o aumento repentino do nível do Mamoré é o agricultor Emerson Oliveira, de 51 anos, que mora no Bairro Triângulo. Segundo o morador, ele não tem para onde ir e a casa é o único bem que possui.
“Se a água invadir não tem como impedir, não tenho para onde ir e nem a quem recorrer. Não tenho família em Rondônia. O pessoal veio ai (da Defesa Civil) e fez o cadastro da gente, agora vamos ver se vem alguma ajuda do Governo ou se a gente vai ficar abandonado aqui”, diz o trabalhador.
Ainda segundo a Defesa Civil, será elaborado um pedido de ajuda ao Governo Estadual e Federal em relação ao suporte para as famílias que correm risco, já que o órgão declarou situação de emergência nos setores atingidos.
Fonte: G1.Globo /A
À Pérola do Mamoré.