Empresários protestam contra Tratado de Exportação na fronteira entre Guajará-Mirim e Bolívia
Medida começou a valer nesta segunda-feira (14). Exportações só poderão ser feitas por uma balsa no Rio Mamoré.
O movimento contra a decisão da Receita Federal do Brasil de proibir o transporte das exportações brasileiras para o país vizinho em Canoas Pec Pec continua firme e cada vez mais ganha mais força da população de um modo geral, ciente que a decisão da Receita Federal vai causar grandes transtornos a população de Guajará Mirim e aos hermanos Bolivanos, a impressão é que a população está acordando e cobrando com mais determinação seus direitos, não deixando que o Estado cada vez mais interfira nas vidas de seus cidadãos.
Os empresários e funcionários que trabalham na exportação dos dois países Brasil x Bolívia se uniram e fecharam o Porto de exportação tanto do lado Boliviano quanto do lado Brasileiro e por motivo de segurança a bauça que faria os trabalhos de exportações, ficou parada por motivo de segurança. A Marinha esteve presente durante o dia fazendo a operação de segurança das embarcações.
Caso não se tenha uma solução favorável para a situação em que se encontra, será fechado também o transporte das voadeiras.
O Governador Daniel Pereira em visita em Guajará-Mirim, esteve no local onde os empresários e funcionários estavam e se colocou a favor dos mesmos e tomou o uso da fala para dizer que “estará apoiando no que for preciso e chamara a bancada federal para somar forças para tentar resolver a situação”.
No protesto, cerca de 300 pessoas se reuniram nas proximidades do Porto Oficial, ao lado do Museu Histórico Municipal. Na ocasião, os representantes das principais empresas exportadoras explanaram as consequências e enfatizaram que haverá demissões em massa caso a medida seja mantida.
Segundo a Associação Comercial de Guajará, o serviço de exportação movimento em torno de 6 milhões de dólares por mês na região. O órgão estima que pelo menos 1,5 mil trabalhadores ficarão desempregados e que faltará produtos de diversos seguimentos na Bolívia.
Entenda como vai funcionar a medida
Em 1990 os governos do Brasil e da Bolívia assinaram um Tratado para que as exportações para o território boliviano fossem feitas exclusivamente por uma balsa regulamentada pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e não por barqueiros da região, além de registrar todas as mercadorias na Aduana boliviana.
Apesar de o Acordo Internacional ter acontecido na década de 90, ele jamais aconteceu de fato, já que as medidas contidas nele nunca saíram do papel e as travessias de mercadorias são realizadas por pequenas embarcações desde sempre.
Travessia de turistas
Mesmo com os protestos sendo feitos nos dois países, a travessia de turistas continua sendo feita normalmente e não houve impactos em relação as empresas que fazem este serviço pelo Rio Mamoré.
Trabalhadores e estudantes puderam atravessar para o território boliviano normalmente e não houve fechamento dos portos, nem no Brasil e nem na Bolívia.
Protestos na Bolívia
Desde que a validação da medida foi anunciada para entrar em vigor, os bolivianos não digerirem bem a possibilidade e um clima de tensão predominou em Guayaramerín, cidade que faz fronteira com Guajará-Mirim.
Os comerciantes, trabalhadores e os cidadãos bolivianos fizeram uma série de protestos contra a medida e ameaçaram fechar o porto caso a lei valesse.
Muitos brasileiros, que trabalham e estudam na Bolívia, ficaram em uma situação complicada, já que se realmente o porto for fechado, ninguém poderá entrar ou sair do país até que a situação seja resolvida.
Fonte: A Pérola do Mamoré.