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O Porto fechado e as consequências para o povo de Guajará Mirim


Há mais de vinte dias que o porto de Guajará-Mirim encontra-se fechado impedindo o comércio com a Bolívia. A drástica medida foi tomada pelo povo boliviano de Guayaramerin em represaria à medida adotada pela Receita Federal do Brasil que pôs em vigor uma lei do distante ano de 1990 e que normatiza o transporte de mercadorias nas “fronteiras secas” do país com os países vizinhos.
A adoção da medida impede que o transporte de mercadorias exportadas para a Bolívia seja feito através de pequenas embarcações, aquelas movidas pelos motores chamados de “rabetas” pelos brasileiros e “pec-pec” pelos bolivianos.
Isso impede o trabalho de dezenas de pais de famílias que sobrevivem desse tipo de atividade nas duas cidades da fronteira. Ademais, afeta sensivelmente a economia de Guajará-Mirim, pois vai forçar os empresários brasileiros a demitir trabalhadores já que o movimento cai cerca de 80% (oitenta por cento) daquilo que é comercializado em épocas normais.
Empresários, autoridades municipais e políticos buscam meios para superar o problema, mas batem de frente com a decisão da Receita Federal que não abre mão da aplicação da nova velha norma, pois alegam que a atual balsa credenciada para realizar o transporte encontra-se dentro das normais legais e com o aval dos órgãos competentes.
À Receita Federal do Brasil não interessa acordos, tratados, declarações, etc. firmados pelos dois governos centrais e em vigor há anos. Aos burocratas do poder interessa apenas o que está escrito de forma fria e incisiva. Para eles não interessa o interesse dos dois povos que sempre viveram em harmonia nesta faixa de fronteira. E aí surge a pergunta? Por que essa obstinação em fazer cumprir uma lei que foi assinada há 28 anos e somente agora é exigido seu cumprimento integral”? para quem interessa medidas tão duras contra seu próprio povo? ou seja, o Estado contra seus próprios cidadãos.
Os burocratas não levam em conta a economia dos dois povos, o desemprego, o eventual aumento da criminalidade com a efetiva implantação da medida, as relações comerciais, etc.
Ao fim e ao cabo, a economia do município de Guajará-Mirim está sendo massacrada, o desemprego e a falta de oportunidade afloram como graves ameaças aos povos irmãos deste faixa de fronteira.
Segundo dados oficiais da Associação Comercial de Guajará Mirim, mais de 100 (cem) funcionários de empresas exportadoras já receberam aviso prévio de demissão e a tendência é só aumentar, o prejuízo dos empresários é de cerca de R$ 1.500.000,00 (um Milhão, Quinhentos Mil Reais) por dia aproximadamente
E agora, quem poderá nos socorrer?

Fonte: À Pérola do Mamoré


Edmilson Braga - DRT 1164

Edmilson Braga Barroso, Militar do EB R/1, formado em Administração de Empresas pela Universidade Federal de Rondônia e Pós-graduado em Gestão Pública pela Universidade Aberta do Brasil.
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