Militares

Militares venezuelanos são presos após pedirem em vídeo que Maduro não seja reconhecido


Forças de segurança bloquearam acesso onde estaria grupo que gravou vídeo. Moradores locais saíram às ruas para manifestar apoio aos rebeldes.

G1
Um homem com uniforme militar que se identificou como sargento da Guarda Nacional da Venezuela pediu, ao lado de outros militares, que o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, não seja reconhecido como chefe da nação, em um vídeo divulgado nesta segunda-feira (21) nas redes sociais.
O vídeo provocou a reação de policiais e agentes das Forças Armadas, que bloquearam a unidade militar de Cotiza, no norte de Caracas, onde estava o grupo que aparece no vídeo, e da população local, que protestou em apoio a ele.
O governo venezuelano afirma que a situação está sob controle, que os agentes em questão foram presos e armas roubadas foram recuperadas.
Maduro tomou posse para um segundo mandato presidencial no último dia 10. A oposição política venezuelana e diversos países – entre eles, os Estados Unidos, o Canadá e os membros do Grupo de Lima, do qual o Brasil faz parte – não reconhecem a legitimidade do novo mandato de Maduro. A Organização dos Estados Americanos (OEA) também declarou, no dia da posse, que não reconhece o governo do socialista.

Vídeos
Em um dos vídeos, um homem vestido de verde no pátio interno de um quartel da guarda se identifica como o terceiro sargento Wandres Figueroa. “Aqui está a tropa profissional da Guarda Nacional contra este regime que nós desconhecemos completamente, precisamos do apoio de vocês, saiam às ruas”, diz ele nas imagens que circulam nas redes sociais. Não há barulho de disparos nos vídeos, que apenas mostram homens caminhando no pátio, alguns com fuzis.
O vídeo abaixo foi postado por um grupo de civis e militares opositores, chamado Soldados de Franelas, que em agosto de 2018 assumiu a autoria de um ataque com drones contra o presidente Nicolás Maduro.

De acordo com a agência Efe, agentes da Força de Ações Especiais (FAES), do Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin) e alguns militares da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) mantêm fechado o acesso ao comando de Cotiza.
Em comunicado, a Força Armada da Venezuela explicou que o grupo de militares assaltou uma sede da Guarda Nacional na cidade de Petare, onde roubaram um lote de armas de guerra e sequestraram quatro agentes. Depois, se dirigiram à sede de Cotiza, ao norte de Caracas.
Segundo a Efe, os vizinhos do local bateram panelas em suas casas, o que costuma ser uma forma de protesto para fazer reivindicações ao governo. Os moradores também foram ao posto militar para apoiar os rebeldes, e militares e policiais lançaram pelo menos duas bombas de gás lacrimogêneo contra eles. Uma imagem divulgada pela agência France Presse mostra um carro incendiado servindo de barricada para os manifestantes.

Oposição reage
O líder do Parlamento venezuelano – de maioria opositora, mas sem poderes legislativos -, Juan Guaidó, assegurou que “o que acontece no comando da GN em Cotiza é uma amostra do sentimento generalizado que reina dentro” das Forças Armadas.
“Nossos militares sabem que a cadeia de comando está quebrada pela usurpação do gabinete presidencial. A AN (Assembleia Nacional, Parlamento) está comprometida com fornecer todas as garantias necessárias aos membros da FAN que contribuem ativamente para a restituição da Constituição”, tuitou Guaidó.
Em comunicado, a Força Armada afirmou que “condena categoricamente” as ações do grupo. “Com toda certeza estão motivados por interesses obscuros da extrema-direita e são contrários às normas elementares da disciplina militar, da honra e das tradições da nossa instituição”.


Edmilson Braga - DRT 1164

Edmilson Braga Barroso, Militar do EB R/1, formado em Administração de Empresas pela Universidade Federal de Rondônia e Pós-graduado em Gestão Pública pela Universidade Aberta do Brasil.

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