PM suspeito de matar 2 e ferir outras 4 pessoas em RO pode ser exonerado, diz Corregedoria
G1 RO — Porto Velho
Ele segue hospitalizado no Hospital e Pronto Socorro João Paulo II. Crime aconteceu no último domingo (6), em Porto Velho.
O policial militar, de 39 anos, suspeito de matar dois homens e ferir mais quatro pessoas a tiros no último fim de semana, em um bar de Porto Velho, pode ser exonerado do cargo. Isso foi o que disse o corregedor da PM, coronel Alexandre Almeida, em entrevista à Rede Amazônica na manhã desta segunda-feira (7).
O PM suspeito chegou a ser linchado por populares na madrugada do último domingo (6), dia do crime. Com as agressões, ele precisou ser encaminhado ao Hospital e Pronto Socorro João Paulo II, Zona Sul da capital.
Conforme a Corregedoria, o PM recebeu voz de prisão por homicídio e um processo administrativo demissório deve ser aberto para exonerar o autor dos disparos da corporação.
“Por estar armado e ter tido algum tipo de investida contra a pessoa dele, houve esses disparos que resultou no duplo homicídio e várias lesões corporais, além do próprio autor, supostamente nosso cabo”, explicou o coronel Alexandre Almeida.
O corregedor disse também que a Polícia Militar irá aguardar os primeiros passos da Polícia Civil para verificar se houve a chamada falta residual – se o PM agiu de maneira contrária ao seu dever. “Vamos verificar a possibilidade de abertura ou não de um processo demissório”, disse o corregedor.
“A conduta dele veio a ferir de maneira mortal a ética policial militar e o decoro da classe”, ressaltou o coronel Almeida.
Linchamento
Segundo depoimento do cunhado do suspeito à polícia, após o crime, várias pessoas já estavam na UPA da Zona Leste esperando a chegada do PM para matá-lo.
Um dos agressores, que acabou preso, disse inclusive que “mataria qualquer um que ajudasse a socorrer o PM”. Esse mesmo agressor reconheceu o militar como o autor dos disparos e o golpeou na cabeça com uma barra de ferro.
O cunhado do PM ressaltou em depoimento que tentou evitar que os envolvidos dessem início ao linchamento, dizendo que estava apenas ajudando um ser humano. Porém, os populares determinaram que ele abrisse a capota da caminhonete onde estava o suspeito do crime.
De acordo com a testemunha, os populares rasgaram a capota e começaram a agredir o PM. Os agressores só deixaram o local com a chegada da polícia. Ainda informou que funcionários da UPA Leste chegaram a negar socorro ao suspeito. Eles alegaram que estavam socorrendo as vítimas baleadas pelo próprio PM.
Relembre o caso
Conforme a Corregedoria da PM, tudo começou com uma briga entre o policial militar e o dono do bar.
Segundo o boletim de ocorrência, o PM foi agredido e teria efetuado vários disparos ao tentar se defender, mas acabou ferindo três homens e uma mulher. Além disso, teria matado outros dois homens que estavam no local.
De acordo com a guarnição que atendeu a ocorrência, uma das vítimas estava agonizando caída ao chão e uma outra chegou a ser socorrida pelos próprios familiares. Entretanto, não resistiu aos ferimentos e morreu.
Após as munições acabarem, testemunhas disseram que populares tentaram tomar a arma do policial, chegando a agredí-lo com chutes e socos.
O PM precisou ser socorrido à UPA Leste, onde estavam duas vítimas dos disparos do policial: uma mulher baleada no braço e um homem com perfurações no peito. A arma usada no crime ainda não foi localizada.