Paquistão se prepara para devolver piloto à Índia e conflito esfria
O Paquistão se prepara nesta sexta-feira para libertar um piloto indiano num momento em que as duas potências nucleares esfriam seu conflito, ao menos temporariamente, enquanto políticos de oposição na Índia levantaram dúvidas sobre se um ataque aéreo destruiu um acampamento de militantes no Paquistão.
Potências mundiais fizeram um apelo para que os dois países se contenham, enquanto as tensões aumentavam depois de um ataque suicida que matou pelo menos 40 policiais paramilitares indianos na Caxemira controlada pela Índia em 14 de fevereiro.
Os Estados Unidos têm mediado o conflito ativamente para evitar qualquer risco de os dois países travarem uma quarta guerra desde a independência do Reino Unido em 1947. A região de Caxemira, no Himalaia, é disputada pelos dois países e foi o motivo de dois desses conflitos.
Os dois governos alegaram que derrubaram caças um do outro na quarta-feira, com o Paquistão capturando um piloto cuja aeronave caiu em território inimigo depois de confronto com um caça paquistanês.
O piloto, que a Índia identificou como o comandante Abhinandan, se tornou o rosto do conflito mais recente entre os dois países. Por ter tentado evitar a captura, ele está sendo retratado como um herói na Índia.
Ele deve ser devolvido pelo cruzamento fronteiriço de Wagah na tarde de sexta-feira, disse o ministro das Relações Exteriores do Paquistão, Shah Mahmood Qureshi.
“Como gesto de paz e para desescalar essas questões, o piloto indiano que está preso conosco será libertado hoje à tarde na fronteira em Wagah”, disse o ministro a parlamentares. Os disparos na fronteira contestada entre os dois países na Caxemira diminuíram nesta sexta, mas as relações diplomáticas entre os dois países seguem estremecidas. Potências mundiais pedem moderação
O Paquistão devolverá um piloto capturado à Índia “como gesto de paz”, disse o primeiro-ministro paquistanês, Imran Khan, nesta quinta-feira em meio a esforços dos Estados Unidos para desarmar a crise entre as duas potências nucleares um dia depois de ambas abaterem caças inimigos.
O piloto, identificado por Islamabad como Abhi Nandan, se tornou o rosto do conflito mais recente após a divulgação de vídeos que o mostram sendo capturado e mais tarde colocado sob custódia.
Khan disse que o piloto será libertado na sexta-feira, apesar de seus militares terem relatado que quatro cidadãos paquistaneses foram mortos por disparos da Índia na fronteira disputada da Caxemira.
“Como gesto de paz, nós o libertaremos amanhã”, disse Khan ao Parlamento.
A decisão do premiê veio depois que vários outros países ofereceram assistência diplomática para refrear o confronto entre dois países que quase entraram em guerra em 2002 pela quarta vez desde sua independência do controle colonial britânico em 1947.
O ministro das Relações Exteriores do Paquistão, Shah Mahmood Qureshi, disse que sua contraparte da Arábia Saudita deve visitar seu país com uma mensagem especial do príncipe herdeiro, Mohammed Bin Salman, que esteve no Paquistão e na Índia no início deste mês.
Khan já pediu conversas com a Índia para evitar o risco de um “erro de cálculo” entre os militares dos dois países, que têm armas nucleares.
Mais cedo o presidente dos EUA, Donald Trump, disse esperar “notícias razoavelmente decentes” sobre o conflito entre a Índia e o Paquistão, acrescentando que os Estados Unidos estão tentando mediar o conflito.
“Eles estão tratando disso, e estamos envolvidos em tentar fazê-los parar”, disse Trump em Hanói, onde participou de uma cúpula com o líder da Coreia do Norte. “Estamos no meio tentando ajudar ambos a saírem.”
O chanceler da Rússia, Sergei Lavrov, também se ofereceu para facilitar as conversas entre os dois lados.
EUA, China, União Europeia e outras potências mundiais pediram moderação das duas nações, já que as tensões aumentaram na esteira de ataques aéreos recíprocos provocados por um ataque suicida com carro-bomba que matou ao menos 40 policiais paramilitares indianos na Caxemira, que é controlada pela Índia, no dia 14 de fevereiro.