O GLOBO/BLOG DO MONTEDO
Medida causou desconforto entre os integrantes da equipe econômica por contrariar a política defendida pelo ministro Paulo Guedes
Geralda Doca
BRASÍLIA – A previsão de reajuste salarial anual para os militares, incluída no projeto que trata das mudanças na Previdência das Forças Armadas, não deverá constar no texto final da proposta. Defendida pelo Ministério da Defesa, a medida causou desconforto entre os integrantes da equipe econômica por contrariar a política defendida pelo ministro Paulo Guedes de livrar o orçamento público das amarras da indexação e das receitas carimbadas para determinadas áreas.
O aumento do bônus concedido aos militares na passagem para a reserva remunerada, de quatro remunerações brutas para oito salários (pagos de uma só vez) também deve mudar. A ideia é achar um ponto intermediário para reduzir o impacto da medida nas contas públicas, segundo um técnico do governo. A medida faz parte das concessões do governo para incluir os militares na reforma da Previdência.
O assunto foi discutido, neste sábado, em uma reunião entre o secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida e representantes das Forças Armadas. Segundo um interlocutor, os militares concordaram em retirar a previsão legal de reajuste salarial da proposta. Haverá uma nova reunião na segunda-feira para fechar o texto final, que será encaminhado ao Congresso na quarta-feira.
