DEFENSORIA PÚBLICA: DESCASO COM O POVO CARENTE
A PÉROLA DO MAMORÉ – ALUÍZIO DA SILVA DRT/RO 549
Como tudo o que o Estado se propõe a fazer ou por à disposição da população é algo difícil de ser atingido por quem do benefício necessita, a Defensoria Pública do Estado de Rondônia em Guajará-Mirim é mais desses engodos.
Criado basicamente para atender a população carente, que não dispõe de recursos financeiros suficientes para pagar um advogado para pleitear na Justiça um eventual direito, a Defensoria Pública em Guajará-Mirim até melhorou em termos de instalações e aumento no número de servidores.
Mas falta ao órgão disciplinamento de suas ações, pois é grande o número de pessoas que diariamente busca o órgão.
Não há controle inicial de chegada e à medida que as pessoas vão chegando vão se amontoando na entrada. Às 07h30, quando da abertura do portão principal, todos dirigem-se à sala principal.
E o recepcionista anuncia que o atendimento é por ordem de chegada.
E aí já começam os problemas. Como saber quem chegou primeiro? Passa a prevalecer o bom senso de cada cidadão presente.
Em seguida vem a frustação: para quem busca o órgão pela primeira vez, só 5 senhas são disponibilizadas. Ora, num universo de nunca menos de 40/50 pessoas, isso é degradante.
Pessoas de idade avançada têm que chegar às 4 da manhã para garantir uma senha.
Não há prioridade para maiores de 60 anos. Esse prioridade só existe depois que ele conseguir obter uma senha, o que é tão o mais difícil do que acertar na mega sena.
Cidadão vai um dia e é avisado que o caso dele só no dia seguinte.
E no dia seguinte esse mesmo cidadão chega às 06h30 para ouvir do recepcionista que “infelizmente acabaram as senhas. Volte amanhã, novamente”.
Por ter sido vítima dessa situação, disse ao recepcionista que me atendeu que não adiantaria voltar no dia seguinte porque iria ouvir novamente a mesma coisa: “não tem mais senhas: volte amanhã”.
Ele retrucou dizendo que cumpre ordens dos superiores. Perfeitamente compreensiva posição do servidor.
Não questiono isso. Mas a falta de organização dos trabalhos do órgão.
O povo votou e aí me incluo, inclusive fazendo campanha e pedindo votos para o Coronel Marcos Rocha para mudanças no governo de Rondônia.
E essas mudanças não chegaram ainda à Defensoria Pública, pelo menos no núcleo de Guajará-Mirim, onde o povo está sempre em segundo ou terceiro plano e só é valorizado em época de eleição.
“Mientras tanto”, como diz o boliviano, deputados que se posicionaram contra Marcos Rocha no desenrolar da campanha eleitoral, seguem nomeando assessores de PN para cargos na administração pública estadual com enorme incidência em Guajará-Mirim.
Será que o povo de Guajará-Mirim não merece uma melhor sorte, com mais atenção e respeito por parte dos governantes?
Aluizio da Silva é administrado e jornalista. Membro-Fundador da Academia Guajaramirense de Letras (AGL) e servidor público estadual aposentado como Técnico Administrativo Educacional.