Militares pretendem criar COMISSÃO NACIONAL DE VEREADORES MILITARES para ter acesso direto ao executivo e ampliar poder de pressão
REVISTA SOCIEDADE MILITAR
Militares propõem criar COMISSÃO NACIONAL DE VEREADORES MILITARES para ter acesso direto ao executivo e ampliar poder de pressão
Alguns pré-candidatos militares e coordenadores de campanha do Rio de Janeiro e outros estados da federação cogitam criar uma comissão nacional que reúna os vereadores ligados aos militares das forças armadas. A intenção, segundo informado à Revista Sociedade Militar, seria suprir uma lacuna representativa que existe entre setores das forças armadas e o poder executivo.
A comissão, explicam, a exemplo da Frente Nacional dos Prefeitos e União Nacional dos Vereadores, que se reúnem uma vez por ano em Brasília e têm personalidade jurídica, seria uma forma de – além de discutir as principais questões que afligem a categoria – levar as demandas dos militares das forças armadas, em aspectos relacionados à saúde, salário, planos de carreira, direitos humanos e outras questões, diretamente até o chefe do poder executivo. A princípio, segundo informado à Revista Sociedade Militar, os vereadores militares se reuniriam uma vez por ano em Brasília com o objetivo de levar demandas dos militares até o presidente da república. A sede seria no DF e manteriam ali uma assistência jurídica a disposição dos militares.
Cláudio Cunha disse que a criação da instituição deve ser uma prioridade nas ações de militares eleitos esse ano porque “vai dar força, não serão mais pessoas isoladas em seus municípios, com um movimento que pode unir todos e gerar representatividade em Brasília…”.
Márcio Rodrigues, militar da FAB na reserva, disse que a instituição, na sua visão é uma espécie de bandeira que pode servir também de ponto de união para que a família militar veja possibilidades reais de criar uma representação por meio de vereadores, que ter-se-ia força enorme no sentido de pressionar o executivo e até o parlamento em demandas relacionadas aos militares federais:
Diz: “o vereador localmente é o catalisador dos votos, é o mais próximo da população… se eu tiver o Valmir em Natal, o Paiva, Cláudio Cunha, o Perez… o Bonifácio no Rio de Janeiro, o Zacarias em São Gonçalo… essa comissão… representatividade nacional… o militar vai ter condição de se achegar ao vereador com muita facilidade… eu acho extremamente viável e válida… uma comissão talvez acelerasse alguns processos imediatos… alguma coisa que pudesse mudar regulamentos militares… um grupo de vereadores com uma representatividade consegue chegar diante do executivo… pode ir especificamente naquela força e trabalhar um ponto específico… muito mais eficiente até do que esperarmos 2022 para a primeira tentativa de uma representatividade nacional… 20, 40, 50 vereadores espalhados pelo Brasil montem uma frente com uma estrutura para já em janeiro de 2021 estar batendo a porta…”
O advogado Cláudio Lino, também ouvido, mencionou os inúmeros atos normativos gerados pelas forças armadas a cada dia: “hoje é uma instrução, amanhã é outra, hoje é uma portaria e amanhã é outra…”. Ele acredita que há sim necessidade de se lutar de várias maneiras, incluindo-se a ampliação da representatividade para a categoria, mas sem esquecer de realizar o combate imediato (por meios jurídicos).
Cláudio Cunha mencionou o Suboficial Bonifácio, pré-candidato a vereador pelo Município do Rio de Janeiro, como outro apoiador desse projeto de criação da Comissão ou Frente Nacional de Vereadores Militares. Outro militar, que já ocupa cargo no legislativo municipal, o vereador Tuninho Medeiros, de Belford Roxo, também se declarou favorável à ideia.
Também no RIO a Associação Bancada Militar, instituição encabeçada pelos militares Monteiro e Aragão, também já declarou apoio à ideia.