DESARMADAS FORÇAS, ANO DEFINITIVO
REVISTA SOCIEDADE MILITAR – ARTIGO DE COLABORADOR
As notícias para o cidadão civil, leigo na problemática da defesa nacional, aquele que aceita qualquer coisa escrita no papel sem questionar e fica por isso mesmo, impõem sejam bem explicitadas, em particular e principalmente quanto aos “finalmentes”, justo aqueles que interessam e que são capazes de convencer a opinião pública quanto à sua validade. Por enquanto, a mídia especializada, infelizmente, salvo um ou outro noticioso nas redes sociais, se conforma, só e tão somente em veicular as matérias agradáveis ao Ministério da “Indefesa”, ou mesmo aos altos comandos de nossas “Desarmadas” Forças, todas, dourando pílulas, tapando o sol da peneira, escamoteando uma realidade, nua e crua, que reflete, sim, uma absoluta incapacidade defensiva concretamente dissuasória.
SISFRON, SISGAAZ, uma preocupação desmedida com a “vigilância”, um descaso quase que criminoso com a “defesa”. Que seja enfatizado, muito antes da primeira, é impositivo priorizar a dissuasão extrarregional, já que não adianta nada vigiar se não temos como nos defender.
Programas surreais, sem nenhum ganho dissuasório: Projeto Guarani, de VPTP armadas com estilingues” (“2044” viaturas, meu Deus!); Projeto Tamandaré, de corvetas pernetas, sem vetores balísticos de cruzeiro; PROSUB, de submarinos banguelas, incapazes de disparo de mísseis quando submersos, ah, mas os desfiles nas avenidas e nas orlas litorâneas vão “enganar” aquele populacho que acredita em tudo, inclusive em Papai Noel. Minha gente! Nem o MANSUP nem o EXOCET, ambos com alcance de até 70 Km, dissuadem as belonaves dos mais do que prováveis oponentes navais. Nossos navios de escolta serão submetidos ao fogo de mísseis balísticos de cruzeiro muito antes que possam disparar seus busca pés antinavio. “O pior cego é aquele que não quer ver, não adianta tapar o Sol com a peneira.”
Em verdade o atual Ministério da “Indefesa”, mesmo sob nova direção, ainda não expôs, para a “politicalha”, muito menos para o cidadão brasileiro, como pretende implementar, nem a PND nem a consequente END, com vistas a lograr de forma concreta, com medidas realmente viabilizadoras, claras, indiscutíveis e insofismáveis o, tão almejado e “decantado em prosa e verso”, estágio de dissuasão extrarregional. Nada, absolutamente nenhuma novidade que se possa dizer: “esta vai realmente dissuadir o mais do que provável oponente, evitando-se a luta”.
Quem se lembrar do suspeitíssimo “Consenso de Washington” vai perceber que seus desígnios estão sendo palmilhados à risca com a presença pesada de referências, pelas nossas mais altas autoridades militares a: crime organizado, tarefas de GLO, ajudas humanitárias. Nada contra! Mas quanto à defesa dissuasória antiacesso, que é vital, parece que fogem do problema assim como o diabo foge da cruz. Esta fuga do problema principal já constitui lugar comum evidenciado pelos comandos das três FFAA, conduzindo a se questionar sobre o que será feito de concreto, por quem de dever e direito, para tranquilizar o segmento civil da sociedade em face das ameaças dos MACRONS e BIDENS da vida! Alerta! Atenção! Perigo! Uma dupla deste calibre, para ser contida, precisa temer o nosso poder militar e isto passa, tiranicamente, por um posicionamento que seja de real valor, que demonstre força de vontade no sentido de armar condignamente nossas “Desarmadas” Forças.
Que não se duvide, é impositivo, não podemos mais continuar nos enganando, bravateando com a “pólvora presidencial” por sobre os países que, é de pasmar, simplesmente, nos suprem com a munição.
Decididamente, nossas “Desarmadas” Forças, atualmente, não apresentam as mínimas condições para cumprir sua missão primordial, qual seja de defesa da Pátria face aos todo-poderosos oponentes capazes de nos ameaçar. Mas a batalha, ah, esta fatalmente, será travada quando menos se esperar, por isso mesmo divagar sobre programas megalomaníacos custosos, com prazo para conclusão a perder de vista, deveria ser proibitivo. Muito, bem antes, é impositivo que se alcance o poder de fogo capaz de garantir o desenvolvimento daqueles mesmos programas, sem interrupções.
“Nossas FFAA não pertencem apenas aos soldados, marinheiros e aviadores, muito mais, elas são de todos os brasileiros. Por isso mesmo, todos, temos o direito e o dever de nos preocuparmos com o seu porvir para a nacionalidade.
Brasil acima de tudo!
Paulo Ricardo da Rocha Paiva
Coronel de infantaria e Estado-Maior