Indígena do povo Canoé morre vítima da Covid-19 em Guajará-Mirim
G1/RO
O indígena Orowao Pandran Canoé Oro Mon morreu vítima da Covid-19 nesta quarta-feira (27) em Porto Velho. Ele seria um dos pacientes transferidos para tratamento em Curitiba (PR).
A Casa de Saúde Indígena informou que ele foi levado para a capital no dia 14 de janeiro, após o quadro clínico ter se agravado em decorrência da Covid-19. E essa seria a segunda vez que Orowao teria se infectado com a doença.
Segundo a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB), Orowao apresentou um quadro de complicação renal, mas não havia disponível um aparelho de hemodiálise, agravando seu estado de saúde. Em nota a COIAB lamentou a perda.
“Pandran era um grande exemplo para o movimento indígena, principalmente para os jovens. Em sua trajetória acadêmica, sempre esteve atuante no movimento estudantil, apoiando a organização e luta dos estudantes, em especial dos indígenas. Estendemos nossos mais sinceros sentimentos a sua mãe Eva Canoé, seu pai Wenprawane, suas irmãs, seus familiares, amigos e todo povo Canoé”, consta na nota.
O G1 entrou em contato com o Governo de Rondônia e Secretaria de Estado de Saúde (Sesau) e, até a última atualização desta reportagem, não obteve resposta sobre a falta de aparelho de hemodiálise para o indígena.
Orowao Pandran era considerado uma jovem liderança do povo Canoé, da Terra Indígena Sagarana (RO). Era formado em Gestão Ambiental e cursava mestrado em Letras na Universidade Federal de Rondônia (Unir).
Covid-19 entre indígenas
Segundo levantamento da COIAB, com dados coletados até 25 de janeiro, Rondônia registrava 35 mortes por Covid-19 entre indígenas e 2.005 casos.
Em toda Amazônia legal brasileira, 141 povos indígenas já foram atingidos pela doença, somando 33.415 testes positivos e 752 falecimentos confirmados.