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A história contada pelo deputado federal Luís Miranda e por seu irmão, o servidor do ministério da Economia, Luís Ricardo Miranda, foi parar mesmo no balcão da delegacia. No caso, da Polícia Federal, que vai apurar um roteiro cheio de “cenas que parecem filme de quinta categoria” e que, por si só, não se sustentam.
A ordem veio através do ministério da justiça, após pedido do ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos.
Miranda e o irmão, em visita ao gabinete de Jair Bolsonaro, em março, garantem que apresentaram provas de um suposto esquema de fraude e corrupção na negociação da compra da vacina indiana Covaxin, envolvendo ainda a empresa Precisa Medicamentos, a representante lega do laboratório Bharat Biotec no Brasil.
O roteiro que incluiu invoices (faturas com detalhes de compra, valores, prazos e etc), datas que não batem e até ameaças de que teriam gravações do encontro, foi parar, obviamente, na CPI, que tornou o assunto o motivo perfeito para o impeachment de Bolsonaro, e na grande mídia, que tinha certeza de que “tudo era verdade”.
Quase três semanas após “o circo”, sem provas materiais, sem testemunhas ou ao menos um único documento que comprovasse erros ou fraudes, de fato, Luís Miranda agora passa de acusador a investigado.
Para aumentar o sufoco do parlamentar, parece mesmo que até o “irmãozinho” resolveu abandonar o barco, quando afirmou, nesta segunda-feira (19), que não teria mais como provar as acusações de que teria sofrido assédio e pressão para acelerar a compra das vacinas, após a troca de aparelho celular.
Após as denúncias, o presidente também passou a ser investigado por possível omissão diante da possível denúncia, no chamado crime de prevaricação. Se não for comprovado que ocorreu tal omissão, confirma-se a tese de denunciação caluniosa, por parte do deputado federal.