Crônicas Guajaramirenses

O abraço que acalma é o mesmo que perdoa


CRÔNICAS GUAJARAMIRENSES

Por: Paulo Cordeiro Saldanha

 O abraço é o gesto de carinho que traduz afeto. Acalma e simboliza, conforme o caso, o perdão sacramentado nas lições do Cristo!

O abraço da mãe, representação maior da afeição, após o beijo, olhos nos olhos que sinalizam o aconchego fora do útero, espaço que dá início à vida e ao elo entre o bebê e a sua concepção.

Abraço de despedida que abençoa, pedindo a Deus proteção àquele menino que, um dia, teve que partir, seguido do choro que não deseja parar… Bênção que procura bem encaminhar, libertando aquela vida que não pôde segurar sob suas asas.

Abraço maternal, símbolo do amor sem medidas, mas igual na distribuição entre filhos e que aos irmãos ilumina com luz e energia flamejantes.

Gesto de carinho tão profundo que ante a um dissabor, uma agrura, tensão, angústia e preocupação, reproduz um encontro com a paz que se busca e a harmonia que depois dele, o abraço, se acha.

É a demonstração mais eloqüente do sentimento mais forte que une dois corações, como ação física e espiritual. No peito esquerdo dois corações batem no mesmo compasso… refletindo faíscas de amor e carinho que se transferem de uma à outra pessoa.

Com o abraço de um completa-se a lacuna de carência que existe, substituindo-a pela sobra de energia que é recolhida com a atitude e com o movimento que se exterioriza de igual maneira.

Ah! O abraço que transfere segurança é o mesmo que expressa carinho e transmite apoio e confiança, compreensão e empatia!

O abraço é a sublimação e o êxtase do puro sentimento! Síntese do carinho que energiza, consola e nos faz, temporariamente, existir plenamente, caminhando nas nuvens e, no firmamento, colher uma estrela!

Se as palavras ficam na garganta, é através do abraço que nos exprimimos eloquentemente enquanto os segundos se movem, navegam, se movimentam na dimensão dos sentidos; desejo de proteger, acarinhar, demonstrar afeto, confortar, fazer rimas ricas em nome do amor, cantar uma cantiga de ninar, tocar um hino enaltecendo a amizade e, quando for o caso, reger a sinfonia do perdão!

O bom do abraço é que ele santifica o gesto imediatamente, no ato, porquanto ao tempo em que se dá, quem o recebe o devolve na mesma intensidade e tom.

E há aquele abraço delicioso do qual nenhum dos dois deseja separar, pretendendo através desse gesto jamais se afastar. E o abraço, pelo reencontro, se encaixa de tal sorte no côncavo e convexo, que faz parecer que Deus idealizou entre dois seres o entalhe perfeito, simetricamente ajustado, como se fora o ideal apropriado para um se amoldar no outro…

É claro que o beijo eleva e sacramenta, acende os sentidos e escraviza um homem e uma mulher nas sendas do amor físico; mas é no abraço que há a química da retroalimentação de uma alma com outra alma, sob a forma de proteção com que se afagam as carências, exorcizando a baixa estima mediante a transferência de força e energia.

O abraço é a lei do ventre livre no rumo da liberdade! É o grito de guerra de quem estava disfarçado atrás de um morro, camuflado, procurando a felicidade!

A banda Jota Quest nos ensina que “o melhor lugar do mundo
é dentro de um abraço”… por isso quero abraçar e ser abraçado!

O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Site A Pérola do Mamoré não  tem responsabilidade legal pela “OPINIÃO”, que é exclusiva do autor.


Edmilson Braga - DRT 1164

Edmilson Braga Barroso, Militar do EB R/1, formado em Administração de Empresas pela Universidade Federal de Rondônia e Pós-graduado em Gestão Pública pela Universidade Aberta do Brasil.

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