TRIBUTO A MULHER ALIETE ALBERTO MATTA MORHY
CRÔNICAS GUAJARAMIRENSES
Por: Paulo Cordeiro Saldanha
Ela sempre se destacou pela inteligência, pela beleza e pela irradiante simpatia; além do mais, sempre cultivava a humildade espontânea que engrandece as pessoas. Jamais a vi mal humorada. Aliás, jamais a vi submeter-se a uma injustiça ou atuar com subterfúgios ou de maneira subserviente.
A personalidade forte e íntegra é uma de suas maiores marcas!
Casou-se com o Omarzinho Morhy e construiu uma linda família. Moravam ali na Av. Benjamin Constant entre a Av. Quinze de Novembro e Dr. Mendonça Lima. Ali recebiam os amigos e os correligionários. Naquela casa imperavam a alegria, o bom humor e as virtudes vindas dos ensinamentos cristãos.
Foi educadora. Secretária Geral do então Colégio Normal “Paulo Saldanha” e, depois, sua Diretora. Construiu amigos e amigas. Era conselheira e, em muitas horas, psicóloga, desde que suas ações, derivadas de sua rara sensibilidade, convergissem para minorar problemas existenciais de alguém ou até problemas de ordem familiar de outrem.
Ela nasceu para harmonizar!
Em 1970 junto a outros “apóstolos” tornou-se vereadora, quando, naquele tempo, um edil não percebia nem proventos, nem honorários, nem jetons, muito menos salários.
Sua ação política, exercitada de forma competente, idealista, generosa e agregadora, granjeou tanta simpatia perante a comunidade guajaramirense, que Aliete Morhy tornou-se uma das líderes da cidade, em função da elevada credibilidade com que marcava seus atos.
Muitos até sonharam vê-la Prefeita de Guajará-Mirim. A cidade, tão machista, perdeu sua grande chance…
Um dia Aliete Morhy mudou-se para a capital federal. Lá concluiu seus estudos e a OAB-RO ganhou o registro de uma dinâmica Advogada. O Tribunal de Justiça mereceu a sua competente contribuição, já que pôde enriquecer os quadros daquela Corte de Julgamentos. Mais experiente, multiplicou seus conhecimentos, tornando-se mais sábia e resolutamente provedora de um manancial de bons exemplos, mesmo porque jamais deixou de ser, entre muitos, o melhor paradigma para ser seguido.
Na capital, jamais deixou de honrar a camisa guajaramirense, que adotou, com o seu casamento e com a maternidade que emoldurou a partir do nascimento neste chão dos seus cinco filhos.
Um dia, por seus méritos exclusivos, foi nomeada Procuradora Geral do Estado de Rondônia. Muitos dos seus amigos de fé sentiram-se também promovidos. Guajará-Mirim pontificou no poder estadual através dela, da doce e maternal Aliete, uma guerreira e uma sacerdotisa, uma mensageira escolhida por Deus para gerar transformações, fixando a imagem de grande revolucionária, entre todas guajaramirenses, uma vez que modificava usos e costumes inadequados com a candura de um anjo.
Como advogada brilhante firmou-se como uma evangelizadora moderna e fecunda, como agente do bem, e, dividindo-se entre o código e um evangelho virtual cultuava o legado de um Vitor Hugo, o francês, que um dia nos deixou o ensinamento de que “o código corrige e o evangelho aperfeiçoa”, daí o nosso respeito mais profundo, a nossa admiração mais lúcida e o nosso muito obrigado mais caloroso a quem tanto fez, tanto edificou no sentido espiritual e material pela juventude de nossa terra.
Aliete Morhy, eu sei, Guajará-Mirim lhe deve tanto! Só precisa reconhecer…