Crônicas Guajaramirenses

A ONU SERVE PRA QUÊ?

CRÔNICAS GUAJARAMIRENSES


Fui consultar e vi que “A ONU (Organização das Nações Unidas) é uma

organização intergovernamental que tem como principais objetivos a

manutenção da paz e a garantia da segurança internacional”.

Na verdade, sucedeu a Liga das Nações, criada logo após a Primeira

Guerra Mundial, e que teve o seu fim em face do seu fracasso como entidade

que deveria pavimentar a paz no planeta, enfim surgindo a ONU, nascida a

partir de um “contexto de devastação que marcou o pós Segunda Grande

Guerra Mundial, quando uma das maiores vergonhas – o Holocausto –, sob o

patrocínio do ensandecido Hitler, distribuiu à mancheia brutalidade,

bestialidade e barbárie, numa infinidade de crimes contra a Humanidade. Em

razão do que surgiria a ONU, sendo seu objetivo primaz manter a paz entre as

nações, garantindo, ainda, a segurança da população dos seus países-

membros.

Em apenas dois parágrafos nomeiei a palavra PAZ três vezes…

Objetivando o cumprimento de sua função prioritária, a ONU se moveria

através de princípios básicos, que elevam como postulado a igualdade

soberana de todos os seus membros, a igualdade entre os povos e funda como

mandamentos derivados o cumprimento da Justiça e das leis internacionais,

mediando conflitos étnicos e territoriais, além de outros assuntos não menos

importantes.

Essa ONU procura gerenciar a necessidade que seus membros têm ao

agenciar ações eficazes em favor da sustentabilidade, contra o aquecimento

global e mudanças climáticas, garantindo os direitos humanos universais, o

apoio humanitário de países em conflito ou atingidos por desastres naturais. E

pugna para erradicar a pobreza, zelando pelo cumprimento de leis

internacionais, cuidando para minorar o sofrimento das populações de

refugiados.

Ocorre que, estando desvalorizada e desprestigiada pelos próprios

países líderes que se auto-intitularam membros permanentes, aprovando seus

próprios poderes (EUA, GRÃ BRETANHA, IRLANDA DO NORTE, FRANÇA,

CHINA, RÚSSIA) – posto serem estes mesmos, principalmente, que se

sagraram vencedores na Segunda Guerra Mundial -, é de se perguntar: que

tipo de paz ela consegue distribuir? Os EUA invadiram o Iraque e mataram o

Sadam Hussein após o onze de setembro de 2001. Depois, omissos foram

esses americanos, retirando o apoio ao antes apaniguado Kadafi e deixaram-

no morrer à mingua. Ambos Ditadores que, um dia, foram aliados dos ianques e da nobreza britânica.

A Rússia agora mesmo invadiu a Ucrânia, tomou-lhe parte de sua

geografia, derrubou prédios, levou mortes, angústias e sofrimentos a uma

população ordeira e trabalhadora.

Há cerca de pouco menos de 45 dias, um grupo de sanguinários atacou

e matou mais de 1.200 homens, mulheres e crianças viventes em Israel, numa

surpresa tamanha que deixou quase sem ação um exército entre os mais bem

informados do mundo, obrigando o povo judeu a uma reação tão violenta,

capaz de aniquilar temporariamente os radicais extremistas do Hamas.

E mais mortes foram dando a dimensão enorme a uma tragédia em que

milhares de pessoas podem ter sido exterminadas no lado palestino, traduzindo

um ódio, um rancor jamais visto no pouco tempo dessa estéril luta.

E a ONU, com os seus 193 países-membros, sem força moral, não

consegue nem uma trégua sequer, tão solicitada, porque lhe faltam carisma,

poder de persuasão, força política, voz altiva.

A morte é a receita que se observa nas ações do Hamas (antes, o Estado Islâmico decepava cabeças e mutilava corpos) e agora age com violência contra o povo israelita, nação agredida por essa facção terrorista. Barbárie que o Hamas tão bem imita e copia.

O que se sabe é que a ONU é fraca, porquanto quem dita as regras são

EUA, CHINA, RÚSSIA, FRANÇA, etc., através de um famigerado poder de veto

que agride a lógica, o bom senso e os direitos de maioria dos seus integrantes.

Num verdadeiro contra-senso funciona a força de uma “mínima” minoria que

violenta os princípios, a doutrina e os mandamentos filosóficos da democracia.

Como manter a paz internacional?

E a paz ansiada jamais chegará… porque a ONU é uma quase

OITENTONA que nasceu curvada aos países poderosos, caminha lentamente

e se acha enferrujada, mascarada, corrompida pelo dinheiro que arrecada,

com uma estrutura viciada, modorrenta, incapaz de reagir a uma depressão

crônica que a aniquila e amaldiçoa.

Aliás, uma nova pergunta não deseja calar: o que a ONU tem feito para

criar os meios para incluir os povos africanos em desalento? Afinal, a África

pobre vive de raízes, quando poderia ser estimulada a plantar arroz, milho,

mandioca, legumes, criando cabras e vacas, enfim, gerando alimento para os

próprios e excedentes para as nações dependentes de comida.

Com uma estrutura ultrapassada, é constituída de seis órgãos,

conselhos e cortes. Lá criam os "modelitos", dizendo-se progressista e inovadora de novos comportamentos, muitos dos quais agridem a essência Bíblica.

Será?

Particularmente sou a favor da eliminação das múltiplas formas de

preconceito e discriminação. Estigmatizar, agir com violência, assassinar

travestis e transexuais reflete ignorância, sadismo, uma crueldade impossível

de aceitar e assimilar.

Pois bem, a ONU tem agido para proteger esses cidadãos, o que

enalteço. Mas, não age para propor uma orientação única visando melhorar os currículos escolares, em que se discriminam as orientações religiosas e pedagógicas, quando devemos elevar hinos à família e aos bons costumes!

O certo é que no surgimento de um conflito geopolítico ou de natureza

bélica, a ONU em busca de uma paz não controla nenhuma situação, porque

essa infeliz organização não tem talento para neutralizar as tensões nem para

transformar uma conflagração em serenidade, equilíbrio e tranquilidade,

inclusive não tem pendores para combater o terrorismo.

Na verdade onde consegue atuar, reconheço, com alguma desenvoltura,

é no apoio às adversidades climáticas em favor de nações atingidas por

maremoto, terremotos, inundações, etc.

 

No mais, não funciona, não atua, porque carece de força, de poder e

nenhum país ganancioso a respeita, e muito menos à ela se submete.

Melhor seria se ela pedisse para sair de mansinho do universo

planetário, com economia aos seus patrocinadores!


Edmilson Braga - DRT 1164

Edmilson Braga Barroso, Militar do EB R/1, formado em Administração de Empresas pela Universidade Federal de Rondônia e Pós-graduado em Gestão Pública pela Universidade Aberta do Brasil.

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