Por Paulo Saldanha
Aqueles que pensam que sozinhos são heróis, tomem tento! Sem o apoio, força, pensamento e ações de terceiros jamais chegariam aos panteões da glória.
Penso que atletas do nível de um Pelé – apesar da aura que seu talento traduz -, sem um Coutinho, Zito, Pepe, Mengálvio, Mauro etc., por exemplo, seria inócuo qualquer esforço isolado para transformá-lo na majestade que é.
Um general astuto, perspicaz e líder carismático, sozinho não consegue vencer uma guerra sem que o Estado Maior – seus coronéis, majores, capitães, tenentes, suboficiais, sargentos, cabos e soldados – dê soluções para as conquistas dos espaços imprescindíveis de forma a ganhar uma batalha.
Até Jesus Cristo, operador de tantos e tantos milagres, culto e preparado, nunca colocaria tantas igrejas e tantos milhões de fiéis pelo mundo não fossem seus apóstolos, primeiros pastores evangélicos, a dar respaldo na disseminação de suas mensagens.
O Papa, a exemplo do líder maior da Cristandade, não manteria a Igreja de pé não fossem seus cardeais, bispos e sacerdotes, acolitados pela benemerência de freiras que se espalharam pelo mundo afora, elegendo o catecismo como forma de evangelizar no mesmo instante em que abriam colégios e hospitais nas Américas, África, Ásia e Oceania.
Um partido político não teria elegido um só dos seus integrantes não fosse o arrojo, denodo, criatividade e audácia de seus militantes.
Uma corporação empresarial, com suas doutrinas, filosofias e metodologias, se perderia na formulação dessas teses se as ações empreendidas por seus executivos, assessores, demais funcionários e terceirizados não entoassem os cânticos de vitórias a partir das palavras de entusiasmo ecoadas no âmbito de cada instituição, que sempre busca o LUCRO.
Um cantor lírico ou popular não conquistaria platéias nem venderia discos, acaso todos da orquestra não estivessem afinados nos acordes e se o trompete, sax, piano, acordeons, bandolins, violinos, violões, e demais instrumentos destoassem, tampouco se os músicos do tambor e da zabumba claudicassem.
O palhaço de circo não faria rir se não houvesse o personagem coadjuvante, nem sempre notado, a lhe favorecer sendo a “escada”, que com sua participação inocente e aparentemente desleixada provoca com seus questionamentos hilariantes as reações engraçadas por parte do artista considerado maior, com sua cara pintada e suas roupas extravagantes.
A prostituta deixaria de cumprir o seu papel social se o arquiteto, o engenheiro, oleiro, o pedreiro, carpinteiro, pintor, ou seja, toda a equipe da construção do motel, não o edificasse com o foco na luxúria dos outros e das outras, curtidores da sedução e dos jogos amorosos.
Nenhum vento seria favorável ao comandante do navio que buscasse um porto seguro se os marujos, velejadores e remadores não cumprissem as suas tarefas com ardor e força, conhecendo o seu papel naquela engrenagem…
Nenhum crime seria desvendado pelo delegado acaso não houvesse a investigação do agente de polícia responsável por sua elucidação, ou se a perícia criminal não fosse acionada.
É preciso, pois, valorizar o subordinado, o assessor, o ajudante, o auxiliar, o secretário, enfim, o COADJUVANTE, aquele que ajuda a comandar e a elevar aquele que se acha PRINCIPAL.
Afinal, de nada valeria a beleza física de um corpo humano se o cérebro, fígado, coração, baço, pâncreas, braços e pernas não o movimentassem…
Por isso e por outras é que sempre valorizei o trabalho em equipe!