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Militares na reserva terão 4.2 mil vagas de emprego na segurança pública do Rio de Janeiro: salário de 13.3 mil reais é maior do que o de tenente no Exército


Com projeto de Eduardo Paes, o Exército poder retorna às ruas do Rio de Janeiro, dessa vez por meio de 4.200 militares da reserva e com salários maiores do que os pagos pelas Forças Armadas.

A Prefeitura do Rio de Janeiro anunciou a criação da Força Municipal de Segurança, uma nova corporação formada por militares da reserva e voltada para o patrulhamento ostensivo e preventivo na cidade do Rio de Janeiro. O projeto, já enviado à Câmara Municipal pelo prefeito Eduardo Paes (PSD), prevê um efetivo de 4.200 agentes até 2028, sendo que os primeiros 600 devem começar a atuar ainda no primeiro semestre de 2026.

O grande diferencial da iniciativa está na composição do quadro de servidores: apenas militares da reserva das Forças Armadas Brasileiras, especialmente os formados nos Centros de Preparação de Oficiais da Reserva do Exército (CPOR), poderão participar do concurso público para ingresso na corporação.

A Força Municipal de Segurança será estruturada em parceria com o Exército Brasileiro, a Polícia Federal e o Ministério da Justiça. De acordo com o prefeito, a seleção ocorrerá entre os melhores oficiais temporários da reserva, que passarão por um treinamento específico antes de assumirem as funções. Os agentes teriam, segundo o prefeito carioca, um salário estimado de R$ 13,3 mil e contratos temporários de um ano, com possibilidade de renovação por até seis anos. Está previsto também a criação da carreira de gestor de segurança pública, com salário na casa dos 19 mil reais.

Nosso objetivo é reforçar a segurança ostensiva em áreas com alta incidência de crimes, como roubos de rua e furtos. Essa Força não substituirá a Polícia Militar nem a Polícia Civil, mas atuará de forma complementar para ampliar a presença do poder público na cidade“, declarou Eduardo Paes em coletiva.

Militares da reserva como solução para a segurança pública

A decisão de recrutar exclusivamente militares da reserva do Exército para a nova corporação chama atenção. Essa estratégia busca aproveitar o treinamento e a disciplina dos egressos das Forças Armadas, garantindo uma força de segurança com experiência na atuação tática e no cumprimento de normas rigorosas.

“O objetivo da Força Municipal é fortalecer a confiança e a segurança, com um programa de redução de crimes no espaço público urbano, devido à presença ostensiva em áreas movimentadas. As ações serão integradas com órgãos de segurança. O plano de criação da Força Municipal foi desenvolvido a partir de um minucioso diagnóstico, que mostrou a necessidade de foco e especialização nas ações de segurança e ordenamento público”, diz a nota oficial da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro

Nas redes sociais de militares da ativa e militares da reserva comenta-se que o projeto surge em um momento interessante, pois há poucos dias o governo federal cassou  – por meio de um decreto – a carta patente dos oficiais da reserva não remunerada que não estão no serviço ativo. A oportunidade então chega como um novo reconhecimento à qualificação recebida pelos militares temporários durante seu período de serviço. Muitos desses militares, ao deixarem as Forças Armadas, buscam novas oportunidades no mercado de trabalho e, agora, terão a possibilidade de utilizar seu treinamento em uma função essencial para a segurança pública da cidade.

Estrutura e funções da nova Força de segurança com militares da reserva

A Força Municipal de Segurança atuará com foco na prevenção de pequenos delitos, mediação de conflitos e proteção do patrimônio público municipal. Segundo o projeto apresentado pelo prefeito, os agentes terão sua atuação baseada em dados de inteligência e serão submetidos a treinamentos contínuos. O uso de armas será permitido apenas durante o serviço, e as armas serão acauteladas ao final do expediente.

Além da contratação dos 4.200 agentes, o projeto prevê a admissão de 35 gestores de segurança pública e 50 diretores para comandar a estrutura. A corporação contará ainda com uma corregedoria e uma ouvidoria independentes, além de acompanhamento psicológico contínuo para os agentes.

Encaminhamento do projeto em momento oportuno

O envio do projeto à Câmara Municipal da Cidade do Rio de Janeiro ocorre em um momento de forte preocupação com a segurança pública no Rio de Janeiro. O prefeito Eduardo Paes destacou que a cidade enfrenta uma das piores crises de segurança de sua história e que a criação da nova Força Municipal é uma tentativa de ampliar o papel do município na área. A proposta tem grandes chances de ser aprovada, já que o governo possui maioria na Câmara.

Além disso, Paes pretende levar o modelo da Força Municipal para o debate nacional. “Como presidente da Frente Nacional de Prefeitos, quero apresentar essa proposta ao Ministério das Cidades para que outras capitais possam adotar iniciativas semelhantes no Plano Nacional de Segurança Pública”, afirmou.

A implementação da Força Municipal de Segurança poderá representar um novo capítulo na segurança pública do Rio de Janeiro. O uso de militares da reserva como base do efetivo traz um diferencial que pode fortalecer a corporação, ao mesmo tempo em que oferece uma nova alternativa profissional para aqueles que dedicaram anos de treinamento e serviço às Forças Armadas. O desempenho da nova força nos próximos anos será determinante para avaliar a eficácia desse modelo.

Expansão da CIVITAS

Outra ação implementada pela prefeitura do Rio, com o objetivo de aumentar a efetividade do trabalho de segurança, será a expansão da CIVITAS (Central de Inteligência, Vigilância e Tecnologia em apoio à Segurança) será expandida. A Central funcionará agora em uma nova sala de controle geral. Segundo explica a prefeitura do Rio, a CIVITAS reúne, compila, analisa todos os dados gerados pela cidade no que tange ao tema Segurança Pública e tem auxiliado órgãos municipais, estaduais e federais, com inteligência e de forma sistemática.

Robson Augusto – Revista Sociedade Militar


Edmilson Braga - DRT 1164

Edmilson Braga Barroso, Militar do EB R/1, formado em Administração de Empresas pela Universidade Federal de Rondônia e Pós-graduado em Gestão Pública pela Universidade Aberta do Brasil.

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