13 jogos de tabuleiro que ajudam no desenvolvimento de habilidades em crianças e jovens
Brincadeiras estimulam aspectos cognitivo, afetivo e social, podendo auxiliar na construção da autonomia e da inteligência emocional das novas gerações

São Paulo, 30 de abril de 2025 – Criados há cerca de 7.000 anos a.C., os jogos de tabuleiros atravessaram a história e por muito tempo divertiram grupos de pessoas de forma fácil e lúdica. Hoje eles guardam até um certo saudosismo e foram esquecidos por boa parte das famílias modernas, mas podem ser grandes aliados no processo de ensino-aprendizagem e no desenvolvimento socioemocional de crianças e adolescentes.
Enquanto os dispositivos eletrônicos ocupam cada vez mais espaço na rotina infantil, os jogos analógicos resgatam o prazer da convivência presencial, promovendo o diálogo, a escuta e a construção coletiva do conhecimento. Ao mesmo tempo, despertam o raciocínio lógico, o pensamento estratégico e a criatividade. Ao reunir regras, interação, estratégia e competição saudável, essas atividades lúdicas promovem habilidades que os jovens levarão para a vida toda.
Segundo especialistas em educação, os jogos de tabuleiro atuam simultaneamente em três dimensões: a cognitiva, ao estimular o raciocínio lógico e a concentração; a afetiva, ao ensinar a lidar com emoções como a empatia; e a social, ao incentivar a convivência, o respeito às regras e o trabalho em equipe. Ao jogar, a criança explora possibilidades e aprende a lidar com a frustração — elementos essenciais para a construção da autonomia e da inteligência emocional.
Confira seis competências que os jogos de tabuleiro ajudam a desenvolver:
- Raciocínio lógico e resolução de problemas: jogos com estratégias complexas estimulam o pensamento crítico e o planejamento de ações;
- Comunicação e expressão: ao jogar, os participantes precisam explicar regras, negociar jogadas e defender ideias;
- Trabalho em equipe e colaboração: muitas modalidades exigem cooperação e tomada de decisões em grupo;
- Liderança e responsabilidade: jogadores assumem papéis, lideram times e aprendem a tomar decisões conscientes;
- Autocontrole e inteligência emocional: ganhar ou perder faz parte da dinâmica, o que ajuda no controle da frustração e na empatia;
- Autonomia e tomada de decisões: os jogos estimulam a independência e a capacidade de escolher entre várias possibilidades.
“Os jogos criam um ambiente propício para o aprendizado espontâneo. Quando uma criança joga, ela está, na verdade, praticando competências fundamentais de socialização de uma forma prazerosa e significativa”, explica a psicóloga, pedagoga e gestora da Escola Internacional de Alphaville, de Barueri, Ana Cláudia Favano.
Além disso, o ato de jogar reforça valores importantes como tolerância, paciência, respeito à vez do outro e ética na competição. “Os jogos são estratégias importantes que usamos no aprendizado, desenvolvendo e auxiliando os entendimentos fundamentais sobre as questões socioemocionais e de habilidades de autorregulação”, completa Ana Claudia.
A diretora pedagógica do Brazilian International School (BIS), de São Paulo, Audrey Taguti, reforça que “quando introduzidos no ambiente escolar ou familiar com regularidade, os jogos de tabuleiro funcionam como um laboratório social. As crianças aprendem a esperar, argumentar e ouvir, o que reflete diretamente em suas relações interpessoais.”
Já na opinião da diretora geral da Escola Bilíngue Aubrick, Fatima Lopes, os jogos também têm papel fundamental na formação de cidadãos críticos. “Eles trabalham o respeito às regras, mas também permitem questioná-las e até reformulá-las. Essa prática simbólica prepara os jovens para entender o funcionamento da sociedade de forma mais ampla.”
Mais do que passatempo, os jogos de tabuleiro são ferramentas educativas potentes, que contribuem para o desenvolvimento integral dos sujeitos, estimulando competências essenciais para a formação pessoal, social e cognitiva. Incentivar o uso desses recursos, seja em ambientes escolares, terapêuticos ou no convívio familiar, pode ser um caminho para formar crianças e jovens mais conscientes, criativos e preparados para os desafios do mundo contemporâneo.
A seguir, as educadoras listam 13 jogos, que divertem crianças e adolescentes.
1. Banco Imobiliário: nesse clássico jogo de tabuleiro, os jogadores precisam investir muito bem o seu dinheiro em novas propriedades e contar com a sorte para não cair nos terrenos dos adversários e, assim, pagar o aluguel. Os participantes devem lançar os dados e avançar a quantidade de casas determinada pelo número com o peão. Então, devem cumprir o que é pedido. O objetivo é ser o mais rico ao final da partida.
2. Cara a Cara: é loira, é mulher, tem olhos verdes? Faça quantas perguntas precisar para descobrir qual é a “cara” do adversário. No famoso jogo de perguntas e respostas, os jogadores precisam descobrir qual é o personagem do outro jogador. O jogo estimula a memória e o raciocínio lógico, proporcionando momentos divertidos que auxiliam o desenvolvimento cognitivo infantil.
3. Dama: o jogo de damas é um dos jogos de tabuleiro de estratégia mais famosos no mundo. A partida se desenvolve para dois jogadores. Cada um move suas peças na diagonal sobre casas escuras, tentando capturar as peças do adversário até deixá-lo sem jogadas possíveis.
4. Detetive: em uma cidade, o assassinato de um milionário abala a tranquilidade dos moradores. Todos os jogadores são suspeitos pelo crime, e para desvendar o mistério, os jogadores terão que dar palpites sobre o local, arma e o responsável por este crime. A cada rodada os participantes conseguirão eliminar pelo menos uma possibilidade, até que finalmente irão restar pouquíssimas cartas e será possível fazer a acusação. Aquele que conseguir acertar, vence o jogo.
5. Dixit: cada carta do jogo é uma obra de arte surrealista que inspira o jogador a mergulhar no mundo da fantasia. Nele, os jogadores são contadores de histórias. O narrador da vez deve olhar as cartas em sua mão e, sem as revelar aos outros jogadores, escolher uma e falar uma palavra, frase ou ideia sobre a carta. Os outros jogadores devem então selecionar uma carta (também secretamente), de suas mãos, que mais combina com a frase dita pelo narrador.
6. Imagem & Ação: jogo que desafia a criatividade, a memória e as habilidades artísticas dos jogadores. Cada jogador será o desenhista e, na sua vez, tentará passar à sua equipe uma palavra ou expressão. É proibido falar, escrever letras e números, fazer gestos ou mímicas. Os únicos instrumentos que o jogador terá à disposição são um lápis e um papel, para desenhar, esboçar e rabiscar o que quiser. Os colegas de equipe têm o tempo da ampulheta para adivinhar!
7. King of Tokyo: os competidores jogam com monstros mutantes, robôs gigantescos e estranhos alienígenas. Durante a partida, é possível ganhar pontos de vitória, acumular energia, restaurar a saúde ou bater nos outros jogadores para que todos entendam que Tóquio é seu território. O objetivo é se tornar o único Rei de Tokyo.
8. Perfil: jogo que testa os conhecimentos e capacidade de dedução do participante. Com até 20 dicas, o objetivo é descobrir quem é a pessoa, coisa ou lugar do perfil que deve ser desvendado em cada cartela. Ganha quem acertar primeiro o palpite!
9. Rummikub: é um jogo de sequência numérica que requer a combinação única de pensamento tático, sorte e competição tensa. O desafio de Rummikub está em se livrar de todas as pedras em suas mãos antes dos seus oponentes.
10. Twister: jogo de habilidade física, jogado em um tapete de plástico de grandes dimensões que se espalha sobre o solo. O jogador precisa mostrar que sua estratégia é melhor que a dos outros oponentes, colocando as mãos e os pés nos círculos coloridos, de acordo com as indicações da roleta.
11. Uno: clássico jogo de cartas de combinar cores e números. Os jogadores revezam na competição para se livrar de todas as cartas, combinando uma carta da mão com a carta atual mostrada no topo do baralho.
12. War: jogo de estratégia em que cada jogador precisa usar toda sua habilidade militar para conquistar territórios e continentes e derrotar seus adversários. Mas é preciso conhecer bem o poder das tropas, pois, assim como nas grandes guerras, ataques mal planejados podem fazer grandes potências cair, enquanto exércitos menores podem virar poderosos impérios se usarem a estratégia certa.
13. Xadrez: o xadrez é um excelente jogo de lógica de tabuleiro que desenvolve habilidades como tática, estratégia e memória visual. Dois jogadores precisam mover suas peças sobre um tabuleiro de 64 casas com o objetivo de dar xeque-mate no rei adversário.
As especialistas:
Ana Claudia Favano é gestora da Escola Internacional de Alphaville. É psicóloga; pedagoga; educadora parental pela Positive Discipline Association/PDA, dos Estados Unidos; e certificada em Strength Coach pela Gallup. Especialista em Psicologia da Moralidade, Psicologia Positiva, Ciência do Bem-Estar e Autorrealização, Educação Emocional Positiva e Convivência Ética. Dedicada à leitura e interessada por questões morais, éticas, políticas, e mobiliza grande parte de sua energia para contribuir com a formação de gerações comprometidas e responsáveis.
Audrey Taguti acumula 41 anos de experiência e trabalho em Educação. É formada em Magistério e Pedagogia, possui pós-graduações em Psicopedagogia e Bilinguismo e é especialista em Alfabetização. É diretora pedagógica do Brazilian International School – BIS, de São Paulo/SP desde a fundação do colégio, em 2000.
Fatima Lopes é pós-graduada em Gestão Escolar, especialista em Bilinguismo e apaixonada pela área da Educação. De sua primeira formação, em Enfermagem, ela mantém o dom de cuidar das pessoas: gosta de se relacionar com alunos, pais e colegas, promovendo um ambiente de aprendizado colaborativo e acolhedor. Diz ter como missão contribuir para a formação integral dos estudantes, formando cidadãos mais conscientes e preparados para o futuro. É fundadora e diretora geral da Escola Bilíngue Aubrick, de São Paulo.
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