Militares

PM sofre ameaças de morte após vídeo em que beija homem ser divulgado


Por: Lucas Borges Teixeira – Colaboração para o UOL.

Um policial militar de São Paulo pediu licença médica após um vídeo em que ele aparece beijando outro homem começar a circular na internet. Leandro Prior chegou a ser ameaçado de morte nas redes sociais e recebeu ameaças até de outros PMs, segundo o advogado dele.

Nas imagens divulgadas, Prior mexe no celular na companhia de um jovem dentro de um vagão da linha  2-vermelha do metrô. Ele estava voltando para casa e deu um selinho de despedida. Alguém filmou e postou na internet. Agora ele está sofrendo ameaças de morte”, afirma José Beraldo, advogado do policial.

Ao UOL, Beraldo informou que há até colegas da Polícia Militar envolvidos nas ameaças. “Estão falando que vão matá-lo a pedradas. Não pode, isso é crime de ódio, além de homofobia. A Constituição brasileira proíbe qualquer tipo de discriminação”, afirma.

O soldado registrou dois boletins de ocorrência: um por homofobia e outro por crime cibernético. O advogado também informou que pedirá a retirada dos vídeos da internet, além de identificar os responsáveis pela gravação e por subir o arquivo em plataformas online.

Segundo Beraldo, Prior “está passando por um estresse profundo”. O soldado procurou o serviço médico da Polícia Militar e foi “encaminhado para tratamento de saúde, por isso está afastado” até a próxima quarta-feira (11), conforme informou a PM. A partir do dia 12, a instituição deve decidir o futuro do policial.

Reprodução.

Por meio de nota, a Polícia Militar diz que Leandro Prior deverá passar por uma apuração administrativa por parte da corporação por demonstrar “postura incompatível com os procedimentos de segurança que se espera de um policial fardado e armado, que exigem que esteja alerta”.

A PM afirmou ainda que está apurando as ameaças sofridas por Leandro nas redes sociais. “Além da investigação, a instituição colocou à disposição do policial militar medidas protetivas, por meio do Programa PM Vítima, da Corregedoria”, informou a PM.

Para o advogado do soldado, “ele pode chegar a sofrer algum processo administrativo interno, mas não podem censurá-lo”. “Não se pode confundir a vida privada com a pública. Temos que acabar com esse tipo de crime de ódio no Brasil”, diz.


Edmilson Braga - DRT 1164

Edmilson Braga Barroso, Militar do EB R/1, formado em Administração de Empresas pela Universidade Federal de Rondônia e Pós-graduado em Gestão Pública pela Universidade Aberta do Brasil.
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