Esposas de presos protestam por visita íntima na Penitenciária Federal de Porto Velho; vídeo
Familiares e esposas de apenados da Penitenciária Federal em Porto Velho (PFPV), localizada na BR-364, fizeram uma manifestação pacífica na manhã desta terça-feira (9) para reivindicar direitos que estariam sendo violados. Com faixas, apitos e gritando palavras de ordem, a principal cobrança é o retorno da visita íntima, que estaria suspenso há 1 ano.
Segundo a advogada Raquel de Oliveira, desde a inauguração do sistema prisional, ela e outros advogados lutam por vários direitos que os presos têm, além dos constrangimentos que os visitantes passam. “Posso citar como exemplo a visita vexatória e humilhação que os familiares e esposas têm que passar, abuso de autoridade e entre outros problemas que estão acontecendo. Nós já solicitamos à OAB, mas não tivemos apoio. As famílias já impetraram várias ações em Brasília reivindicando, principalmente, o retorno da visita íntima e convívio familiar que eles têm direito”, esclarece a advogada.
Raquel de Oliveira diz ainda que não consegue conversar em particular com seus clientes. “Se a gente quer fazer uma visita ao nosso cliente, nós temos que marcar com 15 dias de antecedência e tudo é monitorado. Como que a gente vai conseguir conversar algo com nosso cliente se eles não se sentem a vontade? Fica difícil de trabalhar”, reclama.
Neuza Dias, de 62 anos, vem do Estado do Rio de Janeiro de visitar seu filho que está preso há dois anos e reclama do tratamento por parte dos agentes. “Eu não tenho o movimento do braço esquerdo e na hora da revista a agente federal me tratou muito mal, após eu relatar meu problema de saúde. Até água eles não deixam a gente beber lá dentro e isso é um absurdo porque nós somos humanos também”, queixa-se a mãe.
Josiane Rodrigues é esposa de um dos apenados e relata as situações que ela precisa passar para visitar o esposo. “Além das visitas na entrada e saída, nós temos que deixar nossas unhas curtas e se não tiver no tamanho que eles querem a gente não entra. Nossos esposos estão sem o banho de sol há dois meses e não sabemos o motivo. Estamos aqui para cobrar os nossos direitos e dos nossos esposos”, esclarece a mulher.
Ao avistarem mães e esposas na entrada da penitenciária, agentes federais em comboio e armados, se aproximaram das famílias e ordenaram que todos ficassem 50 metros longe da área federal. O pedido foi atendido e não houve resistência.
A reportagem entrou em contato com assessoria da penitenciária, mas ainda não obteve retorno.