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NOVA ENCHENTE – Rio Madeira está 1,25M acima da enchente de 2014
A cheia do rio Madeira poderá ficar igual ou pior do que a maior enchente enfrentada por Porto Velho, é o que mostra os dados publicado nesta segunda-feira (03), pelo site JH Notícias. Confira na integra.
O rio madeira registrou na madrugada nesta segunda(3) o nível de 11,92 metros. No dia anterior o nível da água estava em 11,19m, já acima cota segundo a ANA.
Foto: Reprodução Youtube |
Em 24 horas o rio subiu 73 centímetros.
O rio madeira atualmente está 1,25m acima do nível no mesmo período de 2013, que desencadeou a grande enchente de 2014, que não deve ser um bom sinal.
No dia 3 de dezembro de 2013, o nível do rio atingiu incríveis 10,67m, a Defesa Civil e jornais já alertavam a preocupação de uma grande cheia. Bairros e comunidade de Porto Velho começavam a ser invadidas pelas águas.
Moradores dos bairros Nacional, Triângulo, Baixa da União, Balsa, Cai n’Água e imediações do complexo da Estrada de Ferro Madeira Mamoré, se mostram preocupados com a possibilidade da cheia do rio Madeira se transformar em uma nova enchente.
“No Natal de 2013 o rio já estava no meu quintal!” – afirma morador de família tradicional do bairro Triângulo em Porto Velho.
CHEIA DO RIO MADEIRA EM 2014
Praça do Porto do Cai N’água inundada pelo Rio Madeira. Foto: Eliete Marques/G1 |
Em 28 de dezembro de 2013, o prefeito de Porto Velho Mauro Nazif com aval da Procuradoria Geral do Município, decretava estado de alerta no rio Madeira, atingindo o nível de 14,12m e pede ajuda ao exército e governo do Estado por abrigos as pessoas atingidas.
Na época, a Defesa Civil fez um mapeamento e identificou 500 famílias ameaçadas pela enchente do rio Madeira.
“Se o nível do rio for elevado em mais 1,5 metro, haverá transbordamento”, afirmou o coordenador da Defesa Civil, coronel José Pimentel.
O meteorologista Luiz Alves, do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), afirmou que a previsão era de mais chuvas.
Historicamente o rio Madeira já passou por outras enchentes.
Segundo o CEPED (Centro de Estudos e Pesquisas em Engenharia e Defesa Civil), às últimas grandes enchente registrada no rio Madeira foram em:
- em 2014, o nível do rio atingiu 19,72 metros,
- em 1997, o nível do rio atingiu 17,52 metros,
- há outros relatos de enchentes devastadoras nos anos 1950 e 1986/87.
“Não podemos ser efeito colateral de progresso”! Esta afirmava na época o coordenador da Comissão de Ensino, Ciência e Tecnologia do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Rondônia (Crea-RO).
O engenheiro civil e de segurança do trabalho, Jorge Luiz, ao apresentou o relatório final de investigação técnica sobre a cheia histórica, que atingiu aproximadamente 3 mil pessoas, entre as populações urbana, rural e ribeirinha de Porto Velho.
Na última enchente, as famílias atingidas sofreram um longo período de enchente, o nível do rio começou a dar sinais de descer meados de Abril. Em maio, o rio desce e deixa as áreas ribeirinhas com se fossem um campo de guerra, totalmente destruídos.
DADOS DA ANA (Agência Nacional de Águas)
A Agência Nacional de Águas – ANA, disponibiliza dados de acompanhamento do nível de todos os rios e seus afluentes do Brasil. Excelente para quem quer acompanhar a cheia do rio Madeira.
A redação do JH Notícias realizou o levantamentos dos dados do nível do rio a partir de novembro 2013.
TABELA DE DADOS DAS ÚLTIMAS CHEIAS DO MADEIRA
Os dados da ANA mostra que o nível do rio Madeira hoje em comparação aos mesmos dias das últimas cheias, provando que poderá haver uma grande enchente em 2019.
Tabela 1. Dados do nível do rio Madeira referentes aos anos de 2013 a 2018. |
Na tabela acima, você pode verificar dados por dados dos anos de 2013 a 2018. Os níveis da cota de água que o rio atingiu dia a dia.
Tabela 2. Dados do nível do rio Madeira referentes aos anos de 2013 e 2018. |
Na tabela acima, você pode verificar dados por dados dos anos de 2013 e 2018. Os níveis da cota de água que o rio atingiu dia a dia.
GRÁFICOS DE DADOS DAS ÚLTIMAS CHEIAS DO MADEIRA
Análise dos dados, fizemos gráficos para melhor compreensão da cheia do rio madeira:
Gráfico 1. Nível do rio Madeira referentes aos anos de 2013 a 2018.
No gráfico acima você tem o comparativo de todos os anos a partir de 2013, podendo visualizar os níveis da cota de água que o rio Madeira atingiu e está atingindo.
Para exemplificar melhor somente os dados atuais em comparação aos da última enchente, veja o gráfico abaixo:
ELEVAÇÃO DA BR-364
Na últimas enchente, Acre ficou isoladopor várias semanas, devido à enchente do rio Madeira que afetou a trafegabilidade da BR-364, principal via terrestre para abastecimento do estado.
Foto: Cléris Muniz |
Tornou-se necessário a elevação do nível da estrada para evitar outro isolamento.
Assista o vídeo de visita técnica que a Fecomércio AC realizou no canteiro de obras.
A usina de Jirau contratou a empresa MTSUL Construtora para realizar o trabalho de elevação da BR-364 na região da antiga Vila Mutum.
A obra se estende em um perímetro de 22 quilômetros.
O trânsito é lento e necessita de muita paciência dos motoristas que precisam passar pela via provisória ao lado.
A duas semanas um internauta divulgou em seu canal no youtube o transtorno que está acontecendo com os motoristas, assista:
Neste última semana o rio começou a invadir a via provisória, vídeo viralizado na internet demonstra como está o local.
Como apenas iniciou o período de inverno amazônico, a previsão é de mais chuvas.
CHEIA EM ABUNÃ
Com o ritmo crescente do nível do rio Madeira e Abunã, tem causado transtornos e atrasos no ancoramento das balsas. Em média o tempo de espera para a travessia do rio é de 3 horas.
Hoje, o nível do rio Abunã é de 18,21 metros, para a Agência Nacional das Águas está acima da cota.
As obras para o elevamento da BR-364 está em ritmo acelerado.
Não concluindo a obra, corre o risco de Ponta do Abunã, Extrema e outras comunidades ficarem isoladas. O estado do Acre também ficaria em isolamento
A comunidade passará necessidade no abastecimento de produtos básicos como água, gás, combustível, remédios, entre outros.
AS BARRAGENS DO RIO MADEIRA: UM REVÉS PARA A POLÍTICA AMBIENTAL NO DESENVOLVIMENTO DA AMAZÔNIA BRASILEIRA
“Os impactos das barragens do rio Madeira deveriam ter sido estudados melhor antes que a decisão fosse feita para construir Santo Antônio e Jirau.
A decisão racional em qualquer projeto de infraestrutura exige que os impactos e benefícios sejam avaliados e comparados antes de tomada da decisão de fato.” – Philip M. Fearnside do Instituto Nacional de Pesquisas na Amazônia (INPA).
Philip Martin Fearnside é um biólogo e cientista norte-americano, fez várias recomendações para a não construção das usinas do madeira em um de seus artigos científicos.
Segundo Philip, pessoas indicadas para cargos chaves por razões políticas rejeitaram os pareceres da equipe técnica do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), que é responsável por avaliar o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e para o licenciamento barragens.
Licenças de Instalação foram concedidas sem satisfazer muitas das “condicionantes” que tinham sido estabelecidas como pré-requisitos.
Outras barragens estão sendo estudadas e financiadas para construção pelo Brasil no Peru, Bolívia, Equador e Guiana.
Por redação
JH Notícias