REVISTA SOCIEDADE MILITAR
Circula muito essa semana nas redes sociais de militares um recorte de vídeo que mostra o assessor de imprensa do Presidente Bolsonaro dizendo que os graduados não podem dar opiniões acerca da proposta de reestruturação das carreiras apresentada pelo governo federal.
Praças e oficiais auxiliares estão em busca de apoio parlamentar para travar trechos do PL1645 porque – entre outras coisas – os generais teriam inserido no projeto benefício para a cúpula em detrimento de direitos da base. Os generais – caso aprovado o PL, ganham uma gratificação de 10% que só alcança a eles mesmos,além de um aumento na gratificação de altos estudos que alcança também os oficiais generais e algumas poucas categorias com um benefício de 73% sobre os soldos. Militares alegam que se generais têm soldos maiores, com um reajuste igual para todos a cúpula já seria de forma justa agraciada com maiores valores.
“… Não se faz necessário que estamentos inferiores da nossa carreira tenham oportunidade de apresentar, de iluminar diretamente a sociedade. Os chefes militares são os responsáveis por isso“, disse o general
Militares em discussões nas redes sociais lembram que o presidente BOLSONARO foi membro de associação de militares que justamente lutava por fazer a voz dos graduados e oficiais de baixos postos ser ouvida pelo presidente e congresso nacional.
Nos anos 80, o capitão Jair Bolsonaro, eleito vereador, passou a ocupar a vice-presidência da Federação das Associações de Militares da Reserva. O militar acreditava que as associações unidas, teriam maior força política para pressionar a defesa na luta por melhorias salariais para os militares das Forças Armadas. O general Coutinho, pensador do Exército que distribuía textos nos anos 80 para comandantes de Organizações Militares, chegou a dizer que Jair Bolsonaro “procurava semear um clima de discórdia, incompreensão e descrédito no público interno“. Na mesma época Bolsonaro foi apontado como incentivador de manifestação de esposas de militares – panelaço – onde foram criticados os generais, dizendo-se que viviam com “mordomias e vantagens”.