TRIBUTO AO “VELHO GUERREIRO”
A PÉROLA DO MAMORÉ
Domingo, 03 de maio de 2020. Em casa, vivendo a quarentena que nos foi imposta devido a crise da pandemia do novo coronavírus que assusta o mundo.
Paralelo a crise do coronavírus, vivemos também uma crise política no país, somada à crise econômica resultante do terrível COVID-19, o novo coronavirus.
Inerte em meus pensamentos acerca dos vários problemas que assolam nossa existência terrestre, me vem à mente a figura do amigo que se foi há poucos dias: Almir Candury Pinheiro, o “Velho Guerreiro”. Esse apelido carinhoso lhe fora posto pelo também saudoso amigo e radialista contemporâneo, Samuel Barros, o “Escama”, que fora discípulo e fiel escudeiro de Candury.
Nascido em Porto Velho, Candury mudou para Guajará-Mirim ainda jovem onde constitui família, casando com dona Nancy e tendo os filhos Fábio e Fernanda. Ele foi parte integrante de nossa história em todos os seus setores: econômico, social e político.
Até o dia de sua morte, era o único fundador vivo do MDB em Rondônia. Comandou muitas campanhas políticas e, apesar de nunca ter vencido em pleito eleitoral, era figura respeitada no cenário político de Guajará-Miim e de Rondônia. Carismático e polêmico em determinadas ocasiões, enfrentou com firmeza o período ditatorial pelo que qual passamos de 1964 a 1985, quando voltamos à redemocratização.
Juntos participamos de muitas campanhas políticas desde 1969 até os tempos mais modernos quando elegemos Bader, em 1996, Chico Oliveira, em 2000, que por infelicidade faleceu poucos dias antes de assumir, e seu lugar assumiu o vice Pilon, reeleito em 2004 e logo no início do mandato em 2005 foi afastado pela Justiça e não mais retornou ao mandato.
Foi parceiro de dominó quando os amigos se reuniam quase todas as noites em seu comércio, no Hotel Fênix, no centro da cidade, ou em sua residência, no São José, do Renato Sena, também no São José, ou da Lélia, no 10 de Abril.
Cumpriu usa missão na terra e o Criador o levou. Deixa saudade enre os familiares e amigos. Particularmente, nunca vou esquece seu jeito bonachão e amigo, sempre disposto a ajudar um amigo necessitado. Suas ações e modo de conviver com as pessoas ao seu redor era o contrário daquela primeira impressão que as pessoas tinham ao conhecê-lo pela primeira. Aquele aparente rosto sisudo, era só um disfarce. Por trás existia um coração grande e generoso.
Descanse em paz, “Velho Guerreiro”. Guajará-Mirim jamais te esquecerá.
Aluizio da Silva é Administrador e Jornalista.