A ESTÁTUA DE TAMANDARÉ E O DESPRESTÍGIO DOS NOSSOS HERÓIS
Lúcio Albuquerque, Repórter num país em que se costuma colocar de lado a memória nacional e os grandes nomes que realmente escreveram sua História, não é novidade que Rondônia também tenha a tendência de uma espécie de política oficial de colocar de lado pessoas que tenham contribuído, de forma decisiva, para a região.
A questão vem à memória quando a Marinha anuncia a instalação de uma estátua do Almirante Tamandaré em Porto Velho, e em todas outras capitais brasileiras, como parte dos festejos do bicentenário da Independência.
Em Porto Velho a proposta é instalar no Espaço Alternativo, o que eu em princípio estranhei, mas usando aquela mania de repórter das antigas, fui, como se costuma dizer, “beber na água da boa fonte”, no caso a Capitania Fluvial de Porto Velho, onde ouvi as justificativas com relação ao local escolhido e, ainda, motivos pelos quais ali seja um bom pouso para o Almirante patrono da Marinha.
O primeiro questionamento que fiz, sobre o local, foi qual a razão de não ser na margem do Rio Madeira, e, como muitas das pessoas com as quais conversei sobre o assunto, perguntei: “Por que não no Cai n’Água?”.
O fato foi explicado por alguns motivos, o primeiro pelo próprio ambiente do lugar que é evitado (e é lamentável que seja dessa forma) pelo público. O segundo pela importância de ser dada visibilidade ao homenageado, cuja estátua terá tamanho natural. O terceiro é o problema natural da enchente, porque sazonalmente o Rio Madeira enche, transborda e invade aquela região, como toda a zona ribeirinha, inclusive o antigo pátio da Madeira-Mamoré
(Aqui abro um parêntese para o pensamento que tive na hora que recebi esse argumento: “Já pensou o Madeira repetindo 2014 e chegar à estátua?”.)
A opção pelo Espaço Alternativo se afigura a melhor por vários motivos, como poder ser vista todos os dias por mais de 20 mil pessoas, tanto pelos que usam o “Espaço” para seus exercícios físicos quanto para os que passam ali, em veículos diversos, sem contar a possibilidade da Marinha estabelecer um programa de visitas ao local por estudantes.
Além disso a previsão é que a estátua de Tamandaré não interfira de forma alguma no visual do Espaço, e o fato de em sua base ser inserido um QR Code, pode servir para pesquisas e trabalhos escolares.
Ah! Sim! Sobre nossos heróis! Aliás, uma triste realidade!
Outro dia vou comentar.
Lúcio Albuquerque
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