METRÓPOLES/BLOG DO MONTEDO
Categoria tem características especiais que devem ser discutidas, diz ministro-chefe da Secretaria de Governo
AGÊNCIA ESTADO
O ministro-chefe da Secretaria de Governo, general Carlos Alberto dos
Santos Cruz, engrossou na terça-feira (8/1) o coro dos que querem ver os
militares fora da reforma da Previdência. Santos Cruz foi além e disse
haver outras categorias com peculiaridades que devem ser levadas em
conta nessa discussão.
“Militar é uma categoria muito marcante, de farda. Militares, policiais,
agentes penitenciários, Judiciário, Legislativo, Ministério Público
possuem características especiais, que têm de ser consideradas e
discutidas”, disse o ministro.
O assunto, no entanto, ainda está sob análise de Bolsonaro, que é
capitão reformado do Exército e tem sete militares na equipe. A equipe
econômica defende uma proposta “consistente e duradoura” e avalia que o
texto precisa incluir todas as carreiras, inclusive militares. Seria uma
forma de mostrar que todos, sem exceção, seriam atingidos, inclusive a
categoria da qual o presidente faz parte.
O argumento usado por integrantes das Forças Armadas para justificar a
exclusão da categoria dessa reforma é o de que eles estão sempre à
disposição do Estado, tanto em serviço como após a reserva.
O núcleo militar do governo quer que Bolsonaro aproveite ao menos parte
do texto enviado ao Congresso pelo então presidente Michel Temer, em
2017, deixando a caserna fora do projeto de idade mínima para
aposentadoria.
Ao mencionar as peculiaridades da carreira, Santos Cruz destacou, por
exemplo, que as Forças Armadas não têm um sistema de Previdência como as
demais categorias. “No nosso sistema de saúde, a gente paga 20% de
tudo. A diferença não é só pela especificidade da profissão; é também
pelo sistema.”
“Especificidades”
Questionado se o novo governo recorreria à proposta enviada por Michel
Temer, no capítulo referente aos militares, o general sugeriu que essa é
a tendência. “Não se pode desprezar o trabalho que foi feito. Muito
melhor aperfeiçoar depois do que fazer tudo de novo”, insistiu.
No seu diagnóstico, o governo deve esperar o Congresso “se acomodar” –
após as eleições que renovarão o comando da Câmara e do Senado, em 1º de
fevereiro – para enviar a proposta de reforma.
O ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, também afirmou
que os militares ficarão fora das mudanças previdenciárias por possuírem
carreiras diferenciadas. “As Forças Armadas são um seguro caro que toda
Nação forte tem que ter. Temos uma proteção para essas especificidades
da carreira. Se o nome é reforma da Previdência, não estamos nela”,