A PARTIDA DO LIDER QUE EU TRANSFORMEI EM ÍDOLO
CRÔNICAS GUAJARAMIRENSES
Por: Paulo Saldanha
Conheci o coronel Jorge Teixeira em março de 1979 quando eu assumi a Gerência do Banco da Amazônia S/A na capital Manaura.
–Que que tu estás fazendo aqui, quando deveria estar lá ajudando a tua terra?
Disse-me ele ao saber que eu era rondoniense, enquanto me apertava a mão num caloroso cumprimento de boas vindas!
–Fui transferido para Manaus na mais importante missão por mim recolhida. Além do mais daqui há dois anos concluo o curso de Direito. Quem sabe eu não serei seu comandado lá na terrinha que me serviu de berço?…
Esse foi parte do diálogo mantido com o saudoso coronel Teixeira que ficou gravado no meu cérebro e na tábua do tempo.
Saí vitorioso daquela missão e “entronizado” na briosa equipe dirigida pelo grande chefe, quatro anos depois. Em seguida fui por ele elevado a condição de primeiro mandatário do Banco do Estado de Rondônia S/A, instituição que nasceu com a têmpera forjada no idealismo de um homem que sabia liderar, motivando homens e mulheres, que se sentiam valorizados em trabalhar sob as suas ordens.
O meu convívio com o Teixeira foi mantido num nível de entrosamento tal que nasceu uma amizade profunda, respaldada na admiração nutrida na empolgação que envolvia a implantação do estado, das instituições, das empresas, e, particularmente no apoio integral que ele dava a novel instituição que eu, por sua confiança, ia exercendo com denodo, entusiasmo, aglutinando um grupo de pioneiros da entidade, na incessante busca de resultados.
O coronel Jorge Teixeira foi um líder no sentido pleno da palavra: a presença do seu governo estava na cultura, na educação, na segurança, na saúde, na formação da infra-estrutura econômica e logística, pois todos os setores da vida regional representavam a sua obstinação.
Quem com ele se ombreou, ou foi seu discípulo, sabe que ele era firme e otimista! Pensava sempre de forma positiva e influenciava com atos, palavras e gestos os seus comandados a lhes seguir no exemplo e nas atitudes.
Seu carisma derivava da espontaneidade como se relacionava seja como governante, militar, como esportista, seja como cidadão. Era um disciplinador, mas também era disciplinado!
Sempre penso nele e na excelente chance que a vida me concedeu permitindo um convívio que só me elevou como ser humano e, respeitadas as dimensões das funções exercidas por ele e por mim, como administrador.
No dia 28 de janeiro de 2017 serão 36 anos da sua partida para o Oriente Eterno. Não há tristezas a nos macular, mas saudosas lembranças de um tempo que adoro recordar, revivendo a excelsa honra de ter sido seu subordinado e amigo.
O Euro Tourinho Filho, César Augusto Ribeiro de Souza, Márcia Regina Pini, José Wilson, Silvio Bezerra, Janilene Melo, José Gomes, Jorge Ademir, Rosinaldo Machado, Dodô, seu motorista particular, Simão Salim (já falecido), Hamilton Almeida, enfim, umas dezenas de homens e mulheres que se irmanaram na intransigente defesa dos direitos de Rondônia, através das diretrizes emanadas pelo nosso líder maior.
Para mim, “mais que seu subordinado fiquei seu fã” (licença Sergio Bittencourt)! Mais que líder, é meu ídolo e assim será até que outra vida me venha surpreender.
*Membro fundador da Academia Guajaramirense de Letras-AGL e Membro efetivo da Academia de Letras de Rondônia-ACLER.
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