Crônicas Guajaramirenses

TRIBUTO AO ADVOGADO VENCEDOR


CRÔNICAS GUAJARAMIRENSES

Por: Paulo Saldanha 

Obs: A crônica abaixo foi postada originalmente numa Sexta-feira, em 10 de julho de 2009 . O Simão Salim faleceu em Porto Velho no dia 05 de dezembro de 2019.

         Ele nasceu em Limoeiro, no rio São Miguel, numa época em que estas bandas pertenciam ao Estado de Mato Grosso. Menino, ainda, já se dizia que era um ser iluminado. Inteligente, audacioso, intrépido, perspicaz eram atributos que os mais velhos viam, enxergavam e se deliciavam com as tiradas daquele garoto sapeca.

Quando veio para Guajará-Mirim, na companhia do Pai e do tio, aquele menino já tinha uma direção, um foco, um caminho a percorrer. Tinha sede do saber. Estudou por aqui até que o colégio Dom Bosco em Porto Velho lhe alargou os horizontes.

         Ocorre, que aquele já adolescente tinha outros talentos: exímio jogador de futebol, volley-ball e cantava muito bem. Deus o premiou com atributos tais, que as pessoas ao conversarem com ele, logo se tornavam seus fãs.

         Dono de um reflexo, decorrente da rara inteligência, aquele moço ia tornando-se um autodidata, bem antes do curso superior lhe chegar, o que aconteceu bem depois, na capital paraense. Mas isso é um outro capítulo.

         Seresteiro dos bons, cantava samba-canções, boleros, valsas, baiões, e outras modinhas, com a maestria dos cantores famosos da época. Fã incondicional do Adoniran Barbosa encantava a pequena platéia ao seu redor, quando soltava a suabem educada voz.

         Nesse ínterim, o seu futebol de centro avante sagaz, ardiloso e “matador” lhe dava a fama aqui na cidade, em Porto Velho e até no exterior; ele fora convidado para, primeiro, atuar como profissional num dos times de Cochabamba e, depois, em La Paz. Como líder, foi um dos artífices para a formação do Guajará Esporte Clube, esquadrão que lhe permitiu fazer golaços, inclusive de bicicleta, sua especialidade, sagrando-se várias vezes, campeão e artilheiro, quando, naquele tempo, a cidade se valia de homens visionários, que incentivavam o esportebretão.

         Aliás, foi de bicicleta que ele, jogando pela seleção rondoniense, na cidade de Rio Branco, já machucado, inclusive, contribuiu para a classificação de Rondônia, na copa nortista, em fins dos anos cinqüenta.

         Na vida, quando jovem, foi garçom, pedreiro, pintor, marceneiro e até eletricista. O trabalho, simples que fosse, o engrandecia. Enquanto isso, o seu prestigio em Porto Velho e em Guajará o transformava no líder esportivo e no comandante vitorioso que quase todos elegiam como ídolo. Lembro-me que como artista, representando um dos principais papéis, transformou-se no ator que a platéia aplaudia, num dos cinemas ou no colégio Nossa Senhora do Calvário. Seu timbre de voz o credenciava a ser o destaque que foi, quando as peças foram encenadas.

         Um dia, mercê da sua obstinação, talento e inteligência prestou concurso para o Banco de Crédito da Amazônia S/A, hoje o BASA, tendo sido aprovado num dos primeiros lugares.

          Ali fez brilhante carreira, primeiramente aqui na cidade, depois, gerenciando diversas filiais daquele estabelecimento em outros Estados, e onde foi impulsionando a sua trajetória, tendo chegado logo, logo à sua Direção Geral, em Belém, quando alcançou respeitável prestígio interno e fez um relacionamento enorme naquela capital. Ali se tornou, mais uma vez, um vencedor e passou no Vestibular para o curso de Direito e, cinco anos, depois, bacharelou-se, logrando êxito, em seguida, no Exame de Ordem, quando conquistou o título de Advogado.

         Ele era assim, intrépido, voluntarioso, aguerrido e carismático. Era não! É assim. O campeão no esporte sagrou-se campeão na vida.

         No ano de 1983 retorna ao Estado que lhe serviu de berço e torna-se Diretor e um dos implantadores da BERON CRÉDITO IMOBILIÁRIO S/A, como comandante da área operacional. Os primeiros empréstimos destinados à moradia, aqui na terrinha, tiveram a sua chancela, quando conseguiu comover o Governador do Estado, o Teixeirão, e diversas famílias, alvo daquela conquista por conta da aquisição por elas da sua casa própria.

          Sua ação provedora social passa ainda como mensageiro que é, atuando como dedicado Maçom, onde, naquela ordem, se sobressai o conselheiro e o irmão tão sábio; e, sua Associação de Classe, como advogado, posto que ajudou a construir diversas conquistas que a OAB-RO experimentou numpassado tão recente.

          Hoje advoga em todo o Estado e possui uma gama de clientes que lhe depositam suas esperanças e confiança. Processualista respeitado é, tantas e tantas vezes, consultado por uma quantidade de pupilos que ajudou a dar os primeiros passos na profissão que abraçaram. Ele, num Júri, empolga; como advogado criminalista, é um ator e um jurista, que se misturam na arte que visa auxiliar aqueles agentes, que buscam incessantemente a verdade verdadeira, foco da Justiça brasileira.

           É um homem generoso, jovial, simpático e muito bem humorado, Porém, que ninguém lhe trate mal ou pratique um gesto menos nobre, que sinalize uma injustiça. O meu personagem, quando agredido, pega fogo.

           Ele é magnânimo e corajoso! Possui tantos amigos,aqui, acolá, alhures. Ele é exemplo de um homem vencedor! O meu homenageado é mesmo assim. O homem de quem eu falo, é o grande Doutor Simão Salim!
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Edmilson Braga - DRT 1164

Edmilson Braga Barroso, Militar do EB R/1, formado em Administração de Empresas pela Universidade Federal de Rondônia e Pós-graduado em Gestão Pública pela Universidade Aberta do Brasil.

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