Crônicas Guajaramirenses

O meu amigo João Miguel de Araújo Lima

Crônicas Guajaramirenses


por: Paulo Cordeiro Saldanha

O meu amigo João Miguel de Araújo Lima também viajou no dia 02 de outubro passado; virou um espírito afortunado em função das bênçãos que amealhou como habitante deste planeta secundário.

Ser humano diferenciado foi amado por todos que com ele conviveram e/ou se irmanaram durante a sua vida edificante. Dono de uma grafia perfeita, de um talento inato para escrever, objeto, aliás, da elevada cultura que o engrandecia e, ainda mais: era reconhecido como um músico sensível e inventivo, habilidoso e criativo no manejar do seu SAX que chorava nas suas mãos e emocionava as plateias por onde se apresentasse.

Mas, sobretudo, sobressai-se na sua personalidade a humildade para relacionar-se e muita ternura para suavemente impor a sua liderança, o seu comando, sem que jamais fosse necessário erguer a sua voz bem pausada para comandar. Ele era um universo em harmonia que irradiava luz e energia flamejantes por onde passava.

Elegante no trato, jamais ofendia a pessoa com quem discordasse! Sabia manejar as palavras para derrubar eventual conflito no ambiente. Daí o enorme respeito e elevada credibilidade que o credenciaram a sair vitorioso de N missões que recolhera na sua trajetória profissional.

Em 19 de abril de 2022 prestei-lhe uma pequena homenagem, cumprimentando-o pelo aniversário que faria em 20 de abril, no dia seguinte. Interessante é que o Joãozinho faz aniversário na mesma data que a minha família celebrava a “data magna” de filho Delman Cavalcante Saldanha, falecido em 12 de junho de 2016.

Amanhã, dia 09 de outubro será a sua missa de sétimo dia, posto ter viajado para Deus em 02 de outubro fluente.

Em função do que escrevi anteriormente faço nova postagem do texto em que procurei demonstrar o meu carinho e a minha admiração a uma personalidade que me enalteceu pela excelsa honra do meu convívio tão próximo mantido com ele, Mariazinha, Sergio e Dalila.

Foi assim que me referi sobre esse amiguinho de fé, meu irmão, camarada, cujas saudades são tantas, derivadas de muitas lembranças que estão estocados no meu cérebro setentão:

Amanhã, dia 20 de abril, aniversaria um ilustre guajaramirense, brasileiro dos melhores que conheci, íntegro, competente, humilde, generoso, filósofo, sábio e possuidor de rara sensibilidade, decorrente da inteligência que o movimenta.

          Eu o destaco porque o tenho na condição de verdadeiro irmão, um amigo que conquistei, quando me descobri como gente, até porque nossos vínculos antecedem a nossa convivência por conta de meus antepassados com os de seus pais e irmãos.

          Dono de uma cultura elevada, por se ter tornado um amante dos livros e caprichoso cultor da língua portuguesa, especializou-se nas sutilezas das regras gramaticais, etc, etc.

          Uma vez quis polemizar com ele sobre um tema (que eu não dominava) e ele me deu uma sova de 30.000 X 0, perdoando este escriba com a humildade que o envolvia…

                    –Joãozinho, provoquei, eu sabia que era tudo como você colocou na discussão. Mas, quis testar o seu conhecimento, daí ter-me situado como um cara teimoso e carente de conhecimento sobre a matéria…

                    –E o pior é que acredito! Sorrindo, me deixou humilhado, porém aquinhoado de mais conhecimento vernacular.

          O João Miguel é dono de um manancial de talentos!

Por exemplo, sua escrita é perfeita! dono de uma caligrafia que causa admiração aos que a conhecem! É músico virtuoso, aptidão que conquistou mercê da sua erudição e vontade férrea para aprender a tocar SAX com a maestria que inebria, tanto que comove a platéia que tem o privilégio de ouvi-lo!

          Nos tempos do BANCRÉVEA, ali na Avenida Carlos Gomes, nos antigos bailes e nos carnavais de antigamente fazia explodir emoções e enternecia os namorados iniciantes, ao lado de outros artistas de Porto Velho, dos anos 50 e 60.

          Todavia, se as virtudes por conta das artes já o credenciariam como um ser humano de vanguarda, no campo espiritual, ai, sim é que… explode coração! aí, sim é que ele é visto como consagrado como uma referência do bem, um paradigma para a bem-aventurança, dada a excelente formação moral, política e social que envolve toda a sua personalidade, tão bem esculpida, otimamente bem delineada.

          Fizemos parte de uma geração de bancreveanos que foi tida como primorosa! asua trajetória no Banco da Amazônia S/A foi exemplar! Transferido para a cidade de Belém, gerenciou a Filial do BASA, numa fase e, noutra, assessorou Diretores e Presidentes, apoiando-os com pareceres edificantes, respaldados na lealdade, nos princípios jurídico/administrativos e no bom senso.

          Foi em João Miguel de Araújo Lima que fui buscar o respaldo de que precisava para obter o êxito que alcançamos também na segunda gestão do Banco Estadual, entre 1991/1994. E, tenham certeza, o Joãozinho fora imprescindível para que conquistas fossem materializadas, porque de mãos dadas com outros abnegados da Instituição, em nome da racionalidade, da devoção de almas e de espíritos, na procura de eficácia, eficiência e efetividade, construímos uma gestão que transferiu o BERON vivo, apesar da inclemência do Plano Real.

          Jamais iríamos supor o desastre que se transformaram as gestões daqueles que nos substituíram…

          O Senhor Araújo Lima, esse Joãozinho de tantos amigos fraternos, esse símbolo do altruísmo, do preparo profissional, dono de uma perspicácia ímpar, já ultrapassou os 93 anos e nos lega tantas mensagens de companheirismo, fraternidade e generosidade…

          Que Deus continue abençoando-o e lhe conceda muita saúde, paz, harmonia e prosperidade, hoje, dia do seu aniversário, amanhã e sempre!


Edmilson Braga - DRT 1164

Edmilson Braga Barroso, Militar do EB R/1, formado em Administração de Empresas pela Universidade Federal de Rondônia e Pós-graduado em Gestão Pública pela Universidade Aberta do Brasil.

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