Comitê é formado para conduzir candidatura do Forte Príncipe da Beira a patrimônio mundial
Tiveram início nesta quarta-feira (11), as discussões para a candidatura do Real Forte Príncipe da Beira a patrimônio mundial. Representantes do Exército Brasileiro, Governo de Rondônia, Prefeitura de Costa Marques e a Associação de Moradores da Comunidade Quilombola do Forte Príncipe da Beira estiveram presentes na oficina técnica realizada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que continua nessa quinta-feira (12). No total, o conjunto de fortificações é formando por 19 fortes e fortalezas que concorrem ao título.
Durante a oficina, foi constituído o Comitê Técnico de Rondônia que irá conduzir o processo de candidatura do Conjunto das Fortificações, no estado. O grupo irá debater conceitos, princípios e demais procedimentos para a candidatura, da qual faz parte o Forte Príncipe da Beira.
Além das discussões, já foram realizada visitas ao Forte em Costa Marques para avaliar e dá início a criação de um dossiê. “O primeiro passo é criar um dossiê sobre cada forte onde são descritas detalhadamente as características do bem, a criação, a importância dele para o patrimônio histórico, as condições que ele se encontra, o que precisa ser feito, e principalmente, um plano gestor para dizer o que vai ser feito com esse bem após ele se tornar um patrimônio mundial”, explica Delma Batista.
Além do Iphan, a ideia ganhou apoio do Exército, Governo e a Prefeitura de Costa Marques, alunos de arqueologia da Unir e vários historiadores. O grupo compõe a comitiva para elabora esse dossiê e vai concretizar a candidatura.
Sobre a importância do bem histórico se tornar um patrimônio mundial, a superintendente diz que o local pode ficar conhecido mundialmente podendo atrair investimentos internacionais. “Hoje o nosso Forte tem um tombamento estadual e nacional, então ele é um bem nacionalmente protegido. Quando tiver esse reconhecimento de patrimônio mundial, ele vai ter um olhar não só nacional, mas também mundial e consequentemente poderá atrair turistas, estudiosos e trazer investimentos internacionais que podem estar cuidando melhor do nosso bem”, finaliza.
Forte de Príncipe da Beira
O Real Forte Príncipe da Beira é uma faz 19 fortificações candidatas a Patrimônio Mundial. Com um perímetro de mais de 900 metros, é uma das maiores obras edificadas pela engenharia militar portuguesa no Brasil Colonial. Está localizado às margens do rio Guaporé, em Costa Marques, uma região estratégica para a defesa das fronteiras entre o Brasil e a Bolívia, disputadas por Espanha e Portugal, durante o período do Brasil Colonial, no século XVII.
Abandonado por décadas, suas ruínas foram encontradas pela expedição do Marechal Cândido Rondon durante a implantação das linhas telegráficas na região. A princípio, foi erguido um fortim cercado por paliçada, recebendo o nome de Nossa Senhora da Conceição, sendo substituído posteriormente pelo Forte Bragança, atualmente em ruínas. Em 1776, com a necessidade de uma fortificação mais sólida e em terreno de melhor condição, foram iniciadas as obras do novo Forte, inaugurado em 1783.
Com o achado, uma unidade do Exército foi implantada no local. Tombado pelo Iphan, em 1950, o forte é de propriedade do Exército Brasileiro e, desde 1930, está sob a guarda do 17º Pelotão de Fuzileiros de Selva Destacado.