Ricardo Boechat morre em acidente de helicóptero
UOL SÃO PAULO
O jornalista Ricardo Boechat, do Grupo Bandeirantes, morreu aos 66 anos em um acidente de helicóptero nesta segunda-feira (11), na Rodovia Anhanguera, em São Paulo. A informação foi confirmada ao vivo, na Band, pelo apresentador José Luis Datena. O piloto da aeronave, que tentava fazer um pouso de emergência quando foi atingida por um caminhão, também morreu no acidente.
Com profundo pesar, nesses quase 50 anos de jornalismo, queria informar a vocês que o jornalista, companheiro, o maior apresentador da TV brasileira morreu no acidente de helicóptero no Rodoanel, em São Paulo”, disse Datena, sem conter o choro. Pela manhã, Boechat havia participado de um evento de um laboratório farmacêutico em Campinas e retornava para o heliponto da Band na hora da queda.
“É um momento muito triste para o Grupo Bandeirantes. O Boechat era o maior jornalista do país pela sua coragem, pela sua forma de combater a corrupção, as injustiças, era hoje uma das grandes referências da história da televisão brasileira. A gente se pergunta se era essa a forma de terminar”, desabafou Datena.
O acidente com o helicóptero envolveu também um caminhão e ocorreu por volta do meio-dia, logo abaixo do quilômetro 7 do viaduto do Rodoanel, no sentido rodovia Castelo Branco, na Grande São Paulo. Segundo o Corpo de Bombeiros, os ocupantes da aeronave morreram na hora. A Força Aérea Brasileira informou em comunicado que apura as causas do acidente.
Âncora do Jornal da Band e da BandNews FM, Boechat teve passagens pelos principais jornais do país, como “O Globo”, “O Dia”, “O Estado de S. Paulo” e “Jornal do Brasil”. Ganhou três prêmios Esso, um dos maiores reconhecimentos no jornalismo profissional, e foi o único a vencer em três categorias do Prêmio Comunique-se (Âncora de Rádio, Colunista de Notícia e Âncora de TV). Também foi eleito o jornalista mais admirado na pesquisa do site Jornalistas&Cia em 2014, que elencou os 100 principais profissionais do mercado.
Ricardo Boechat iniciou sua carreira na década de 1970 como repórter do extinto jornal “Diário de Notícias”. Em 1983, foi para o jornal “O Globo” e quatro anos mais tarde chegou a ocupar a secretaria de Comunicação Social no governo Moreira Franco, mas voltou para o jornal da família Marinho em 1989, como editor da coluna “Swann”, que mais tarde, foi transformada em “Boechat”.
É autor do livro “Copacabana Palace – Um Hotel e sua História” (DBA, 1998), que resgatou a trajetória do hotel mais exclusivo e sofisticado do país, completando 75 anos de existência no ano da publicação.
Boechat também mantinha uma coluna semanal na revista “Isto É”. O último texto publicado, na sexta-feira (08), que levou o título “Acabou a Folia”, ele falou, entre outros assuntos, de corrupção, da dança das cadeiras com a troca de poder no Senado e da tragédia de Brumadinho.
Ele era casado pela segunda vez com Veruska Seibel, de 46 anos, desde 2005, e tinha duas filhas com ela: Valentina, 12, e Catarina, 10. Ele deixa outros quatro filhos: Bia, 40, Rafael, 38, Paula, 36, e Patricia, 29, frutos do casamento com Claudia Costa de Andrade.
Nascido em Buenos Aires, ele era filho da argentina Mercedes Carrascal, de 86 anos, que vive em Niterói desde 1956. O seu pai Dalton era diplomata e estava a serviço no país vizinho. No Twitter, o presidente Jair Bolsonaro lamentou a morte de Boechat: