O sugimento do Covid-19, o novo coronavirus, em terras rondonienses, foi o epílogo de uma tragédia anunciada.
É sabido por todos que a maioria dos municípios do interior do Estado não tem nenhuma estrutura para o atendimento de média e alta complexidade, não têm leitos de UTI e suas estruturas são arcaicas, ultrapassadas, como por exemplo, Guajará-Mirim.
O surgimento dessa pandemia de Covid-19 assusta a todos e os municípios se veem obrigados a mandar os pacientes mais graves para Porto Velho dentro de uma ambulância que leva horas para chegar ao destino.
A distância do percurso interior-capital pode levar o paciente à morte. E o problema não é só com o coronavírus, mas também com pacientes com AVC, infarto e outros tipos de patologia e que exigem atendimento rápido e especializado.
O novo prédio que abrigaria o Hospital Regional Perpétuo Socorro de Guajará-Mirim nunca foi concluído, apesar dos pedidos e reclames dos políticos e da própria população.
Das lições a se tirar deste momento difícil porque passa a população, uma é fundamental para o Governo do Estado: é preciso equipar os hospitais do interior com a necessária estrutura para atender a população.
Com relação a Guajará-Mirim especificamente, é preciso que o município tenha capacidade para atender seus moradores. O município vai além de sua obrigação constitucional que é o atendimento à atenção básica da população. Ao Estado, cabe assumir sua obrigação para com a média e alta complexidade. Ou dotar o município das ferramentas necessárias para tal, fornecendo equipamentos médicos, insumos, medicamentos e profissionais médicos.
Aluizio da Silva é Administrador de Empresas e Jornalista