Na CPI, Marcos Rogério expõe hipocrisia da oposição nas projeções do início da pandemia
O vice-líder do Governo no Congresso Nacional, senador Marcos Rogério (DEM-RO), apontou, nesta terça-feira (22.6), na Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia, a hipocrisia da oposição ao tolerar mudanças da narrativa de aliados, mas não de pessoas contrárias à sua linha de raciocínio. “Para alguns se cobra exatidão nas palavras, imutabilidade, como se fossem entes divinos, que não podem errar. Para outros se relativiza, dizendo: Não, não foi bem assim… Não foi isso que ele quis dizer, era em outro tempo”, frisou o senador.
Para ilustrar a “intolerância” por parte do chamado G7, grupo de senadores independentes e de oposição ao Governo Jair Bolsonaro, Marcos Rogério divulgou vídeo em que o médico Drauzio Varella, em janeiro de 2020, usou o termo “resfriadinho” se referindo ao Coronavírus. No mesmo vídeo, o médico falou sobre imunidade de rebanho, e tratou a Covid-19 como epidemia, e não como pandemia, além de frisar que não haveria grande número de mortos pela doença no Brasil.
Marcos Rogério ressaltou que quando o vídeo foi feito, não era possível mensurar os efeitos da Covid no país e no mundo. E é exatamente por isso que todos devem ser tolerantes com os erros e acertos que aconteceram ao longo dessa pandemia. “Essa CPI se transformou em um palco de horrores. Aqui se cobra uma postura de alguns e de outros fazem o contrário: são advogados de defesa. Não é privilégio de uma pessoa só errar. Aliás, muitos erraram. Todos erramos em relação a esta pandemia. O mundo inteiro errou, e continua errando, porque ainda não existem respostas seguras sobre diversas questões que a envolvem. Todos erraram buscando acertar, o problema é pegar alguns pra Cristo, como estão querendo fazer com o presidente Bolsonaro”, pontuou o parlamentar por Rondônia.
Em abril de 2020, Drauzio Varella veio a público assumir que havia subestimado a pandemia da Covid-19, o que, para Marcos Rogério, não desqualifica o médico profissionalmente. “Não apresentei a fala do doutor Drauzio aqui na CPI para desqualificá-lo. Continuo respeitando-o na área da saúde e da comunicação. Apresentei para mostrar que projeções erradas foram feitas por muitos. O que muda é a forma de tratamento desta CPI. É a hipocrisia nesta Comissão”, finalizou Marcos Rogério.
Em questão de ordem, Marcos Rogério aponta suspeição do relator
Nesta terça-feira, o vice-líder do Governo no Congresso também apresentou questão de ordem ao presidente da CPI, Omar Aziz (MDB-AL), referente ao abandono, na última sexta-feira (18.6), do relator Renan Calheiros (MDB-AL) e de membros da oposição durante oitiva dos médicos Ricardo Ariel Zimerman e Francisco Eduardo Cardoso Alves, a favor do tratamento inicial para pessoas acometidas pela Covid-19. Como Calheiros recusou-se a ouvir os depoentes, Marcos Rogério solicitou à CPI que o tema acerca de tratamento precoce seja retirado do relatório final. “Houve evidente ofensa ao contraditório ao se tentar desconsiderar os defensores das medidas tomadas pelo Governo Federal. Tentaram reduzir o debate. Demonstração clara da parcialidade do relator, sob o risco de termos a total desmoralização desta CPI”, frisou.